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Primeiro-ministro da Armênia anuncia renúncia na televisão

Nikol Pashinyan busca convocar eleições antecipadas para retomar o seu cargo

Erevan, Arménia - O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, anunciou nesta terça-feira (16/10) a sua renúncia na televisão, uma decisão esperada, com vistas a convocar eleições legislativas antecipadas até o final do ano.

"Meu querido e orgulhoso povo, hoje entreguei a minha renúncia", declarou Pashinyan, que prometeu: "garantirei a livre expressão da vontade do povo durante as eleições legislativas antecipadas".

Nikol Pashinyan chegou ao poder em maio, depois de ter realizado durante várias semanas manifestações maciças contra o governo, mas não controla o Parlamento, que tem como maioria o Partido Republicano, do ex-presidente Serzh Sarkisian.

Pashinyan busca convocar eleições antecipadas para retomar o seu cargo, mas desta vez com o controle do Parlamento.

Após essa renúncia, o Parlamento tem duas semanas para escolher um novo primeiro-ministro, de acordo com a Constituição. Se esta fracassar duas vezes, o Parlamento é dissolvido e automaticamente são convocadas eleições antecipadas.

Até então, as próximas eleições legislativas ocorreriam em 2022.

Pashinyan, ex-deputado opositor e ex-jornalista, conseguiu no início deste ano ganhar popularidade com base em sua luta contra a corrupção, um mal que a Transparência Internacional qualifica de "endêmico" neste país independente desde 1991.

A rebelião iniciada em meados de abril, que Pashinyan chamou de "revolução de veludo", foi pacífica: nenhuma violência manchou as manifestações que convocou.

A origem desta crise política sem precedentes foi a escolha do ex-presidente Serzh Sarkisian como primeiro-ministro. O gesto, que provocou a fúria popular, fez com que os manifestantes o acusassem de querer se agarrar ao poder depois de fracassar em sua luta contra a corrupção e a pobreza, depois de uma década no poder na Armênia.