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Juiz indicado à Suprema Corte e professora que o acusa de assédio depõem nos EUA

O Senado dos Estados Unidos realiza uma audiência nesta quinta-feira, 27, para ouvir o juiz indicado para a Suprema Corte, Brett Kavanaugh, e a doutora e professora de psicologia Christine Blasey Ford, que o acusa de tentar estuprá-la quando ambos eram adolescentes. Os testemunhos envolvem um ponto-chave para a política americana e para os partidos republicano e democrata: a nomeação juiz. Os republicanos querem confirmar Kavanaugh para o cargo antes das eleições de novembro, quando os democratas podem retomar o controle do Senado. A confirmação de Kavanaugh para a corte significaria uma maioria de juízes com tendências à direita e ao conservadorismo por muitos anos. O indicado pelo presidente americano, Donald Trump, e a professora Christine serão os únicos a testemunhar diante da Comissão de Justiça, composta por 11 senadores republicanos, todos homens, e 10 democratas. Os republicanos têm qualificado as denúncias de Christine como caluniosas e parte de um plano democrata para derrubar a postulação de Kavanaugh, mas quando surgiram denúncias de outras duas mulheres, alguns senadores republicanos reconheceram que a audiência desta quinta-feira poderá mudar toda a questão. Por sua vez, Trump, que indicou Kavanaugh e o defende tenazmente, disse que que está "disposto a mudar de ideia". Kavanaugh nega todas as denúncias e afirmou que não conhecia a mulher que fez a acusação mais recente, Julie Swetnick, chamando suas acusações de "ridículas". O país ouve nesta quinta-feira pela primeira Christine, dez dias depois de sua denúncia ter ido a público. Em declarações publicadas antes da audiência, ela disse que se manifestou porque considerou que era um dever, mas revelou se sentir "apavorada" pelos insultos e ameaças de morte que recebeu. Christine declarou que sua responsabilidade é apenas dar sua versão dos fatos, e não determinar se Kavanaugh será ou não confirmado. "Não é minha responsabilidade determinar se o sr. Kavanaugh merece ser um membro da Suprema Corte. Minha responsabilidade é dizer a verdade", disse. Fonte: Associated Press