Washington, Estados Unidos - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou o secretário de Estado durante o segundo mandato de Barack Obama, John Kerry, por ter se reunido com o ministro das Relações Exteriores do Irã depois de ter deixado seu cargo.
"John Kerry teve reuniões ilegais com o hostil regime iraniano, que apenas podem servir para socavar o nosso grande trabalho em detrimento do povo americano", escreveu Trump no Twitter na quinta-feira à noite.
"Disse a eles que aguardassem a administração Trump", continuou, finalizando a sua mensagem na rede social com a palavra "RUIM".
Kerry, que negociou o acordo nuclear internacional sobre o Irã, assinado em 2015, e do qual Trump retirou os Estados Unidos unilateralmente este ano, explicou durante uma viagem para promover seu novo livro, "Every Day is Extra", que se reuniu com o ministro iraniano Mohammad Javad Zarif "três ou quatro vezes" desde que deixou o cargo e Trump já dirigia a Casa Branca.
Questionado na quarta-feira pelo apresentador de rádio conservador Hugh Hewitt se havia dado conselhos a Zarif sobre como negocir a decisão de Trump de deixar o acordo, respondeu: "Não, esse não é o meu trabalho".
"O que fiz foi tentar entender o que Irã poderia estar disposto a fazer para melhorar a dinâmica no oriente Médio", continuou Kerry, que comandou a diplomacia americana de fevereiro de 2013 a janeiro de 2017.
"Fui muito franco com o ministro Zarif e lhe disse que ;vocês devem reconhecer que o mundo não gosta do que está acontecendo com os mísseis, o que está acontecendo com o Hezbollah, o que está acontecendo com o Iêmen;".
Comentaristas conservadores se escandalizaram com as declarações, chamando-as de provas de traição, o que levou alguns a pedirem a prisão de Kerry.
Perguntado por um legislador republicano durante uma audiência no Congresso sobre a chamada "diplomacia clandestina", Manisha Singh, secretária de Estado adjunta, disse na quinta-feira que "é infeliz que pessoas de uma administração passada tentem comprometer o progresso que estamos tentado fazer nesta administração".