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ELN diz que libertará reféns na Colômbia por conta própria, sem garantia

A guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) afirma que a decisão responde ao fato de que o governo colombiano "não facilitará a curto prazo um acordo sobre os protocolos para a libertação" dos reféns.

Havana, Cuba - A guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciou que libertará as nove pessoas que mantêm sequestradas há um mês na Colômbia, apesar da ausência de um acordo com o governo, e afirmou que as Forças Armadas serão resposáveis por qualquer problema.

"Decidimos realizar as libertações por nossa própria conta, sob risco de não contar com as condições mínimas para que estas operações humanitárias possam ter a melhor conclusão", afirmou a direção nacional do grupo em um comunicado, que não divulga uma data para a libertação.

O ELN também fez um apelo aos países mediadores, ao grupo de países de apoio, acompanhamento e cooperação, à ONU e à Igreja para que monitorem as operações de libertação e ajudem para que "não aconteçam desgraças, como outras ocorridas na história do país". A guerrilha afirma que a decisão responde ao fato de que o governo colombiano "não facilitará a curto prazo um acordo sobre os protocolos para a libertação" dos reféns.

O comunicado reitera que pouco depois do sequestro, o grupo expressou a disposição de uma rápida libertação, mas que o governo não aceitou a presença de pessoas dos países mediadores, que sempre acompanham estas operações.

O ELN afirmou que a libertação acontecerá sem colocar em risco a vida dos membros das Forças Armadas que serão liberados, das personalidades que contribuam para a operação e dos guerrilheiros que participarão. "Desde já responsabilizamos as Forças Armadas por qualquer incidente fatal que possa acontecer nestas operações humanitárias. Da nossa parte faremos todo o esforço para que isto não aconteça", indica o comunicado.

O presidente da Colômbia, Iván Duque, exigiu na semana passada a libertação dos sequestrados como um primeiro gesto "vontade de paz" do ELN, antes de uma eventual retomada dos diálogos em Cuba. Duque disse que só conversaria com o grupo após a "suspensão de todas as atividades criminais" e de um acordo para a "desmobilização, desarmamento e reinserção".

O ELN havia solicitado a presença dos países mediadores, Cuba e Noruega, para supervisionar a operação e afirmou que não pedia nada em troca. Desde o fim dos diálogos de paz, em agosto, com a administração do ex-presidente Juan Manuel Santos, o ELN sequestrou nove pessoas:: quatro militares, três policiais e dois empreiteiros civis.

Ao assumir o governo, Duque anunciou um prazo de um mês (que termina em 7 de setembro) para decidir se retoma as conversações com o ELN, após o desarmamento e transformação das FARC em partido no ano passado. O ELN é considerado oficialmente a última guerrilha ativa na Colômbia, com 1.500 combatentes e uma rede de apoio.