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O presidente americano, Donald Trump, acusou nesta quarta-feira (29/8) a China de complicar a relação de Washington com a Coreia do Norte, em um momento em que as negociações sobre a desnuclearização norte-coreana estão estagnadas. "A China dificulta muito a nossa relação com a Coreia do Norte", disse Trump na Casa Branca, embora tenha destacado que seus vínculos com o presidente chinês, Xi Jinping, são "grandiosos".
Também ressaltou a sua "relação fantástica" com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, com quem se reuniu em Singapura em junho e disse que não estava considerando retomar os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, que Pyongyang considera "provocativos". Trump reconheceu que "parte do problema norte-coreano é causado pelas disputas comerciais com a China".
A China é o único aliado de peso de Pyongyang e a principal rota para os bens que entram na Coreia do Norte. Trump sugere que Pequim aliviou a sua pressão sobre o regime de Kim, em resposta às tarifas impostas por Washington aos seus bens.
"Sabemos que China dá à Coreia do Norte uma ajuda considerável, que inclui dinheiro, combustível, fertilizantes e outros produtos básicos. Isso não é útil! ", tuitou o presidente na tarde desta quarta.
Sobre o tema dos exercícios militares, que os Estados Unidos suspenderam como uma medida de "boa fé" depois da cúpula de Trump com Kim, o presidente disse que "não existe razão nesse momento para gastar grandes quantidades de dinheiro em jogos de guerra conjuntos entre Estados Unidos e Coreia do Sul", acrescentando que poderiam ser retomados se surgisse a necessidade.
O comunicado do presidente é feito um dia depois que o secretário da Defesa, Jim Mattis, disse que o Pentágono não planejava suspender mais exercícios militares, antes de voltar atrás nesta quarta e afirmar que "não foram tomadas decisões" a respeito.
O presidente reiterou o seu desejo de alterar fundamentalmente a relação comercial entre Estados Unidos e China, as duas principais economias do mundo. Uma postura mais firme em relação a Pequim no comércio é necessária "porque não foi muito justo para o nosso país", disse Trump.
Em junho, Trump e Kim expressaram o compromisso de alcançar a "completa desnuclearização da península coreana". Mas esses esforços estagnaram durante dias e, na semana passada, Trump ordenou que seu chefe diplomático, Mike Pompeo, cancelasse uma visita planejada a Pyongyang.
Pompeo declarou na terça-feira que Washington segue disposto a participar "quando ficar claro que o presidente Kim está pronto para cumprir os compromissos que assumiu na Cúpula de Singapura com o presidente Trump para 'desnuclearizar' por completo a Coreia do Norte.
Segundo o site de notícias americano Vox, Trump se comprometeu na cúpula de junho a firmar uma declaração para acabar com a Guerra da Coreia, e agora os dois países estão em um impasse sobre quem cumprirá primeiro seu compromisso.
Nesta quarta-feira (29/8), a porta-voz do departamento de Estado Heather Nauert disse a jornalistas que Washington acredita que "a desnuclearização deve ocorrer antes de chegarmos a outras partes".