Nações Unidas, Estados Unidos - O número de venezuelanos que fugiu de seu país chegou a 2,3 milhões de pessoas, sobretudo devido à falta de alimentos e remédios, o que coloca em risco dezenas de milhares de cidadãos, declarou nesta terça-feira (14) o porta-voz da ONU.
Os venezuelanos fugiram principalmente para Brasil, Colômbia, Equador e Peru, detalhou o porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric.
[SAIBAMAIS]"As pessoas assinalam a falta de comida como sua principal razão para partir", disse Dujarric, em um país no qual 1,3 milhão de venezuelanos sofrem de desnutrição.
Uma grave escassez de remédios e equipamentos médicos levou a uma "forte deterioração da qualidade dos hospitais", afirmou o porta-voz, citando funcionários humanitários da ONU.
Mais de 100.000 venezuelanos que vivem com aids "estão em risco devido à falta de acesso ao medicamento necessário", assinalou.
Doenças antes erradicadas como o sarampo, a malária, a tuberculose e a difteria reapareceram e estão em alta.
Apesar de sua gigante riqueza petroleira, a economia venezuelana está em queda livre desde que caíram os preços do petróleo em 2014, o que provocou um buraco nas finanças do país.
O presidente Nicolás Maduro enfrenta duras críticas por sua gestão da economia e acusações de que está caindo no autoritarismo.
O Equador declarou neste mês emergência migratória pela chegada de 4.200 venezuelanos por dia.
Um juiz federal do Brasil suspendeu neste mês a entrada de venezuelanos por terra na fronteira norte, até que o Supremo Tribunal Federal rejeitou essa decisão.
Mais de um milhão de pessoas entrou na Colômbia a partir da Venezuela no último ano e meio, a maioria com a intenção de ficar, segundo as autoridades colombianas. A Colômbia regularizou nos últimos anos 820.000 venezuelanos.
Segundo o relatório anual da agência da ONU para os refugiados (Acnur) divulgado em junho, a Venezuela se tornou a quarta nação que mais solicitações de refúgio apresentou em 2017, com 111.600 registradas, um forte aumento diante das 34.200 de 2016. O país que em 2017 recebeu mais solicitações de refúgio de venezuelanos foi Peru, seguido por Estados Unidos, Brasil e Espanha.