Mais de 450 pessoas ficaram feridas, e cerca de 30 foram detidas, durante uma manifestação contra o governo socialdemocrata da Romênia, na sexta-feira (10/8), em Bucareste - anunciou a Polícia romena neste sábado (11/8).
O presidente romeno, de centro direita, Klaus Iohannis, em conflito aberto com a maioria de esquerda, criticou "a intervenção brutal e desproporcional" das forças de segurança e pediu à Procuradoria Geral que abra uma investigação sobre as circunstâncias dessa operação.
Iohannis acusou as autoridades do Partido Social democrata no poder de "conduzirem o país para o caos e a desordem".
Em duas mensagens no Twitter, o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, "condenou a violência" na manifestação e lamentou que jornalistas, incluindo um funcionário da televisão pública austríaca ORF, estejam entre os feridos.
"A liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são liberdades fundamentais da União Europeia (...) que têm de ser protegidas de maneira incondicional", defendeu Kurz, cujo país exerce a Presidência rotativa da UE.
Boa parte dos feridos recebeu atendimento médico, após inalar gás lacrimogêneo lançado pelas forças de segurança, enquanto outros sofreram contusões. Cerca de 30 agentes de polícia também integram a lista de feridos, e 11 deles foram internados.
Criticada pela oposição conservadora, o Batalhão de Choque garantiu ter atuado "de maneira gradual e proporcional", em resposta às ações violentas de dezenas de "radicais".
Cerca de 80.000 romenos, entre eles milhares de expatriados que voltaram para seu país para participar dessa manifestação, concentraram-se na praça Vitória, na capital, Bucareste, para denunciar a "corrupção" do governo.
Dezenas deles tentaram furar o cordão policial, lançando pedras e garrafas de água nas forças de segurança, que reagiram com gás lacrimogêneo e com jatos d;água para dispersar a multidão.
Outra manifestação está prevista em Bucareste para este sábado, no fim do dia. Após sua volta ao governo no final de 2016, o Partido Social democrata promoveu uma reforma judicial que, segundo a oposição, põe em risco a independência judicial e permitirá aos dirigentes políticos burlar a Justiça.
Em fevereiro de 2017, essa medida provocou uma onda de manifestações sem precedentes no país desde a queda do regime de Ceaucescu, em 1989.