Freiburg, Alemanha - Uma alemã foi condenada nesta terça-feira (7/8) a 12 anos e meio de prisão por prostituir e violentar o filho ao lado de seu cônjuge, um pedófilo reincidente, um caso que também gerou críticas sobre possíveis negligências das autoridades.
Além do casal, outras quatro pessoas foram condenadas nas últimas semanas a penas que variam de oito a 10 anos de prisão. Durante mais de dois anos, entre maio de 2015 e agosto 2017, Berrin Taha, 48 anos, e seu companheiro Christian Lais, 39 anos, um casal de desempregados alemães, ofereceram a pedófilos a possibilidade de abusar do menino na Darknet, como é conhecida a parte da internet que não tem referência nas ferramentas de busca.
O tribunal de Freiburg condenou a mãe a 12 anos e meio de prisão, assim como o padrasto. Em seu caso, o tribunal também determinou medidas para atrasar sua libertação o máximo possível. A mãe do menino, que atualmente tem 10 anos e vive com uma família adotiva, nunca explicou seus atos.
O advogado defesa tentou atenuar sua responsabilidade argumentando a "dependência" da mulher de seu companheiro, o que foi rejeitado pelo tribunal. O juiz Stefan Bürgelin considerou que a motivação inicial da mãe pode ter sido a continuidade do relacionamento com o cônjuge, mas depois também existiram "razões financeiras".
O magistrado recordou que a mãe também abusou de uma menina que ficou sob sua responsabilidade. O caso foi revelado após uma denúncia anônima em 2017. Depois, as confissões do padrasto, que já havia sido condenado por pedofilia e posse de material pornográfico com crianças, provocaram a detenção de vários clientes do casal, incluindo quatro alemães, um suíço e um espanhol. Christian Lais, o padrasto, pediu ao tribunal que sua pena contemple as medidas necessárias para que possa entrar em terapia.
Na segunda-feira (6/8), Javier González Díaz, um espanhol de 33 anos, foi condenado a 10 anos de prisão por ter violentado o menino várias vezes e filmado. Em troca de mais de 10.000 euros pagos ao casal, o espanhol viajou pelo menos quatro vezes de seu país até Freiburg para cometer os crimes, nos quais o menino era "humilhado, insultado, amarrado, encapuzado e maltratado", afirmou o tribunal.
Os policiais esperam que o caso permita a detenção de outros pedófilos, com o apoio de vídeos e fotos de pessoas que cometeram os crimes e foram divulgadas na Darknet. O menino não tem nenhum contato com a mãe e "está bem apesar das circunstâncias", afirmou seu advogado. O casal terá que pagar 30.000 euros de indenização.
O serviço de proteção ao menor, a justiça e a polícia foram muito criticados no caso porque o padrasto Christian Lais estava proibido de qualquer contato com crianças depois de cumprir uma pena de quatro anos de prisão - encerrada em 2010 - por pedofilia. As advertências do serviço social de que Lais vivia na mesma casa que Berrin Taha e seu filho não foram levadas em consideração pelas autoridades. "O caso não termina com esta decisão. Revela os fracassos judiciais e oficiais dos quais temos que tirar lições em escala nacional nacional", disse Johannes-Wilhelm R;rig, comissário do governo alemão para a luta contra a violência a menores.