Mataram, Indonésia - Mais de 500 alpinistas - estrangeiros em sua maioria - e seus guias foram retirados de um vulcão indonésio, onde haviam ficado presos em consequência de um violento sismo na ilha de Lombok. Nesta terça-feira (31/7), alguns contaram ter vivido momentos de grande angústia.
O terremoto de magnitude 6,4 de domingo de manhã e a sequência de tremores provocaram o desabamento de toneladas de pedras e lama, bloqueando os turistas nos caminhos do monte Rinjani, um vulcão com 3.726 metros de altitude que atrai muitos turistas.
Cerca de 800 alpinistas estavam na montanha no momento do sismo e 560 deles se encontravam bloqueados no domingo à noite. Entre os turistas, havia americanos, alemães, espanhóis, franceses, holandeses e tailandeses, segundo as autoridades.
Ao todo, "543 alpinistas foram retirados, chegaram ontem à noite" e "todos estão bem", disse à AFP o porta-voz da Agência Nacional de Emergências, Sutopo Purwo Nugroho, acrescentando que ainda há seis pessoas na montanha.
O sismo deixou pelo menos 16 mortos, entre eles um montanhista indonésio, e mais de 220 feridos. Centenas de casas ficaram destruídas, e houve momentos de pânico quando os turistas saíram dos hotéis.
A maioria dos alpinistas desceu do vulcão a pé, mas, segundo as autoridades, ao menos três chegaram de helicóptero a Sembulun, um povoado na base do monte Rinjani.
Uma turista tailandesa contou, nesta terça, que estava dormindo quando o terremoto começou, e ela então acordou.
"Senti que a terra se movia e disse para mim mesma ;o que está acontecendo?;. Saí da cama e vi cair um deslizamento de terra que arrastava pedras", descreveu.
Um amigo dessa alpinista, também tailandês, relatou sua angústia: "toda montanha, as pedras caíam. Tive medo".
Cansados, mas ilesos
A descida dos alpinistas começou nesta segunda, depois que os guias encontraram um caminho alternativo que não foi afetado pelos deslizamentos de terra.
A maioria dos excursionistas chegou ao pé da montanha na segunda à noite, disse I Gusti Lanang Wiswananda, porta-voz dos serviços de busca e resgate de Mataram, a principal cidade da ilha de Lombok.
"Todos estavam cansados, mas em bom estado de saúde e foram examinados por nossas equipes médicas no local, ao chegarem", disse à AFP.
O funcionário afirmou que uma equipe de 30 socorristas acompanhava os seis excursionistas que ainda estavam no monte, do lago Segara Anak, perto do cume, até o pé da montanha.
Centenas de outros alpinistas haviam conseguido descer a montanha por seus próprios meios no domingo.
Por causa do terremoto, 5.141 pessoas estão alojadas em abrigos temporários e precisam de água potável, de acordo com números oficiais.
O presidente indonésio, Jokowi Widodo, que ontem fez uma rápida visita às áreas afetadas, prometeu uma ajuda financeira aos moradores locais que perderam suas casas na catástrofe.
Arquipélago de 17.000 ilhas e ilhotas, a Indonésia se situa no chamado "cinturão de fogo" do Pacífico, uma zona de forte atividade sísmica. Embora o país registre vários sismos, a maioria não é perigosa.
Em 2004, um tsunami provocado por um terremoto de magnitude 9,3 frente à costa de Sumatra, no oeste da Indonésia, deixou 220.000 mortos em vários países do oceano Índico, 168.000 deles na Indonésia.