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Sobe para 75 número de mortos por chuvas no Japão

Dezenas de pessoas continuam desaparecidas

O número de mortes nas chuvas recorde que devastaram partes do Japão subiu para 75, de acordo com uma contagem oficial divulgada na noite deste domingo (manhã de segunda-feira do Japão). As operações de resgate continuam. Dezenas de pessoas continuam desaparecidas após os dias de chuvas torrenciais que causaram enchentes e deslizamentos de terra. A mídia local aponta o número de mortes em cerca de 90 pessoas.

As equipes de resgate japonesas lutavam contra o tempo neste domingo para resgatar pessoas atingidas pelas enchentes. "As operações de resgate, o salvamento de vidas e as evacuações são uma corrida contra o tempo", declarou o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, durante reunião de crise com os primeiros ministros, enquanto o porta-voz do governo anunciou que o balanço de vítimas fatais poderia aumentar pois a chuva continua caindo em áreas já muito afetadas.

Mais cedo, a Agência de gestão de incêndios e catástrofes naturais relatou que 100 moradores das regiões mais afetadas ficaram feridos. O estado de alerta máximo para três províncias do oeste (Kochi, Ehime e Gifu) foi retirado, mas seguem vigentes as advertências.

Na cidade de Mihara, perto de Hiroshima, a chuva deu uma trégua neste domingo à tarde e os habitantes começaram a contabilizar os danos. Masanori Hiramoto, de 68 anos, ficou devastado ao ver o estado da sua casa. "Não sei nem por onde começar a limpeza", afirmou à AFP o agricultor. "Esta área se tornou um oceano e isso me preocupa, porque não sei quanto tempo permanecerá assim", lamebrou Nobue Kakumoto, um idoso de 82 anos.

"As operações de resgate estão sendo conduzidas ininterruptamente, 24 horas por dia", indicou Yoshihide Fujitani, responsável pela gestão catástrofes do município de Hiroshima. "Também estamos cuidando dos desabrigados e tentando recuperar as infraestruturas vitais, como as redes de água e gás", declarou Fujitani à AFP.

Cerca de 300 pessoas, inclusive bebês e crianças, ficaram presas em um hospital de Kurahiski, na prefeitura de Okayama, quando a água de um rio vizinho transbordou. "Cortaram a eletricidade e o fornecimento de água e de comida", explicou por telefone à emissora de TV pública NHK uma enfermeira que trabalha no local.

As equipes de resgate retiraram em helicópteros algumas pessoas do hospital, enquanto outros deixaram o estabelecimento em botes infláveis.

Luta sem trégua

Mutsunari Imawaka, porta-voz do gabinete de gestão de catástrofes de Okayama, explicou à AFP que a situação era muito difícil de avaliar. "A catástrofe é enorme e trabalhamos duro para salvar o maior número de vidas possível". "É uma situação anormal diante de um risco iminente, não se aproximem das zonas de risco, mantenham-se em alerta", insistiu um encarregado da agência meteorológica, Yasushi Kajiwara, em coletiva de imprensa.

As chuvas causaram cheias excepcionais, deslizamentos de terra e inundações, deixando presos muitos moradores, apesar das ordens de evacuação das autoridades locais para mais de dois milhões de pessoas, segundo as autoridades.

Cinquenta e quatro mil integrantes dos corpos de bombeiro, da polícia e das Forças de Autodefesa (nome do Exército japonês) foram mobilizados para as áreas afetadas, "fazendo o máximo para salvar vidas", destacou Abe, mas enfrentam grandes dificuldades devido ao problema de acesso em alguns locais rurais.

As equipes de emergência, por sua vez, tentavam salvar vizinhos refugiados nos telhados de suas casas. Muitos pediram ajuda pelas redes sociais, escrevendo seu endereço postal. Dezenas de casas foram parcial ou totalmente destruídas pelas águas.

As chuvas superaram um metro em 72 horas em várias regiões. A agência de meteorologia considerou que níveis como estes não eram alcançados há décadas e qualificou estas chuvas como "terríveis", advertindo que se estenderão até o domingo.

As fábricas (Panasonic, Mitsubishi Motors, Mazda) foram obrigadas a paralisar suas cadeias de produção na região, assim como empresas de serviços como Amazon. O Japão costuma ser afetado por fortes frentes de chuva, além de tufões, muitas vezes mortais, que alcançam o arquipélago no verão.