Hodeida, cidade de 600 mil habitantes às margens do Mar vermelho, é o principal ponto de entrada das importações e da ajuda humanitária no Iêmen, país pobre e em guerra desde 2015.
Nesta guerra que deixou 10 mil mortos em mais de três anos, a batalha de Hodeida é a mais importante desde a ofensiva de 2015 que permitiu às forças leais ao governo de Hadi recuperar várias regiões do sul, entre elas Aden, que estava sob controle dos rebeldes.
Os huthis controlam Hodeida desde 2014.
"Reconhecemos os esforços do enviado especial das Nações Unidas, Martin Griffiths, para obter uma retirada incondicional dos huthis da cidade e do porto de Hodeida. Decidimos observar uma pausa (...) para dar tempo de exploração a esta opção" escreveu no Twitter Anwar Gargash, ministro das Relações Exteriores dos Emirados.
"Esperemos que consiga", completou. O país é um pilar da coalizão que luta contra os rebeldes no Iêmsn, liderada pela Arábia Saudita.
O anúncio foi feito depois de uma reunião de Griffiths com o presidente iemenita Abd Rabo Mansur Hadi, cujas tropas luta contra os rebeldes huthis pelo controle deste porto do Mar Vermelho.
Hadi pede aos rebeldes uma retirada total de Hodeida, cenário há várias semanas de uma ofensiva militar do governo iemenita apoiado por uma coalizão árabe.
Em duas semanas, os combates deixaram 429 mortos dos dois lados, segundo fontes militares e médicas.
O governo iemenita e a coalizão acusam os rebeldes iemenitas de receber armas iranianas neste porto. O governo do Irã nega.
Após a reunião com o emissário da ONU, o governo do Iêmen insistiu em uma retirada "total e incondicional" dos huthis de Hodeida.
Na quinta-feira, o representante das Nações Unidas viajou ao sultanato de Omã e se reuniu com o negociador dos rebeldes, Mohammed Abdesalam.
Nos próximos dias, Griffiths viajará a Aden, atual sede do governo iemenita ; a capital Sanaa segue sob controle dos rebeldes - para uma nova rodada de negociações.
Griffiths informou que existe uma proposta para dar às Nações Unidas um papel de gestão do porto de Hodeida.
Mas tanto o governo de Hadi como os Emirados rejeitaram a ideia de uma retirada parcial dos huthis.
A coalizão árabe atua no Iêmen desde março de 2015 para ajudar o presidente Abd Rabo Mansur Hadi, reconhecido pela comunidade internacional, a frear o avanço dos rebeldes, que ocupam amplas regiões, incluindo a capital, Sanaa.