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Aberta na França investigação sobre discriminação contra gays

A denúncia foi feita por uma autoridade de um serviço de adoção do país, depois que uma funcionária afirmou que casais gays são "atípicos" e não correspondem aos critérios para adotar um bebe saudável

Ruão, França - A Justiça francesa anunciou, nesta quinta-feira (21/6), a abertura de uma investigação por discriminação, após as polêmicas declarações contra os homossexuais, feita por uma autoridade de um serviço para adoção no norte do país.

"Abriu-se uma investigação na quarta-feira por discriminação", após uma denúncia apresentada pela Associação de Famílias Homoparentais (ADFH), disse o promotor de Rouen Pascal Prache à AFP.

A funcionária, que foi afastada ontem de suas funções, causou polêmica na França ao declarar, em entrevista à uma rádio local, que os casais homossexuais são "um pouco atípicos", correspondem menos aos critérios necessários para adotar um bebê saudável do que os casais heterossexuais, que podem adotar crianças "atípicas", como aquelas "com deficiência".

Nesta quinta, várias pessoas protestaram na frente do conselho do departamento encarregado das adoções, respondendo a uma convocação de diferentes associações de luta contra a discriminação e a homofobia.

A França legalizou o casamento entre homossexuais e a adoção por casais do mesmo sexo em 2013, apesar de uma forte oposição de grupos conservadores e católicos.

A adoção continua sendo uma corrida de obstáculos para muitos casais gays, segundo as associações. Não existem números oficiais sobre esses casos.