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Secretário-geral da ONU alerta para risco de guerra em Gaza

A violência em Gaza marca a escalada mais séria entre Israel e Hamas desde 2014


O secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu que a situação em Gaza está à beira da guerra e se diz impactado pela quantidade de palestinos mortos e feridos por forças israelenses, segundo um relatório ao qual a AFP teve acesso nesta segunda-feira (18/6).

[SAIBAMAIS]Guterres disse ao Conselho de Segurança que "condena inequivocamente os passos dados por todas as partes que nos levaram a esse lugar perigoso e frágil" no conflito israelense-palestino.

O relatório foi enviado na semana passada ao Conselho por uma reunião na terça-feira sobre a crise entre Israel e os palestinos.

A violência em Gaza marca a escalada mais séria entre Israel e Hamas desde 2014.

"É e deveria ser um alerta para todos o quanto essa situação está próxima de uma guerra", disse Guterres.

"Estou impactado pela quantidade de palestinos mortos e feridos pelo uso de fogo real por parte das forças de defesa de Israel", desde que começaram os protestos em 30 de março, acrescentou.

Pelo menos 132 palestinos morreram. A Cruz Vermelha disse que mais de 13.000 foram feridos; 1.400 deles com várias lesões de bala.

Israel tem uma responsabilidade para "exercer a máxima moderação" e proteger os civis de acordo com a lei humanitária internacional, escreveu o chefe ONU.

"São particularmente inaceitáveis os assassinatos de crianças, tanto como de jornalistas quanto de funcionários da equipe médica claramente identificados" nas manifestações, acrescentou.

Guterres reforçou seu pedido de investigação independente das mortes por armas de fogo em Gaza.

Israel nega as acusações e alega que o uso da força é justificado para defender sua fronteira.

O chefe da ONU criticou o Hamas e outros grupos militantes por tentar colocar explosivos perto da fronteira e atirar pedras em direção de Israel nos dias 29 e 30 de maio.

As atividades de assentamento de Israel "continuam sem diminuir", acrescentou Guterres, citando a decisão de 30 de maio de aprovar 3.500 moradias na Cisjordânia, o maior terreno de casas novas desde junho de 2017.