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Batalha por porto no Iêmen deixa mais de 100 mortos

A ONU expressou preocupação com a ofensiva militar do Iêmen para tomar o porto

Khokha, Iêmen - A batalha das forças pró-governo pela reconquista do porto de Hodeida, no Iêmen, sob controle dos rebeldes, deixou mais de 100 combatentes mortos em menos de uma semana, indicaram neste sábado (2/6) fontes médicas e militares.

As tropas leais ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, apoiadas por uma coalizão militar comandada pela Arábia Saudita, avançaram há alguns dias até cerca de 20km da cidade de Hodeida, de onde buscam expulsar os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã.

Hodeida, no Mar Vermelho, é o principal ponto de entrada das importações e da ajuda humanitária no Iêmen, um país pobre e em guerra desde 2015.

A coalizão afirma que Hodeida também é o ponto de partida dos ataques rebeldes às embarcações, e o local através do qual o Irã distribui armas aos huthis, o que Teerã nega.

A ofensiva é apoiada pela aviação da coalizão, e seu centro de comando está a cargo das forças dos Emirados Árabes.

Os hospitais da região de Áden, onde fica baseado o poder iemenita, informaram que receberam 52 corpos, entre eles os de 20 soldados, entre ontem e hoje, o que eleva o balanço de combatentes mortos para 110 desde o começo da ofensiva, na última segunda-feira.

Os demais corpos parecem ser de rebeldes, segundo fontes sanitárias.

Segundo uma fonte militar pró-governo, os rebeldes armaram uma emboscada hoje a um comboio militar na localidade de Al-Durayhmi, região de Hodeida.

A ONU expressou preocupação com a ofensiva militar do Iêmen para tomar o porto, por onde entra 70% da ajuda humanitária ao país.

Mais de 22 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária no Iêmen, entre elas 8,4 milhões que correm risco de fome, segundo a ONU.

O conflito já deixou cerca de 10 mil mortos no país, considerado a nação árabe mais pobre, e onde a ONU estima que ocorra a pior crise humanitária do mundo.