<div style="text-align: justify"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2018/06/01/685431/20180601105644211532e.jpg" alt="A crise foi a gota d'água para um Rajoy que, com sua paciência e impassibilidade" /><br /></div><div style="text-align: justify"> </div><div style="text-align: justify"><strong>Madri, Espanha - </strong>Durante anos, Mariano Rajoy foi o grande sobrevivente da política espanhola, graças a seu temperamento e a sua muito habilidosa gestão dos últimos tempos. Ele acabou sucumbindo, porém, sob o peso da corrupção, que custou uma condenação judicial de seu partido.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Sem deixar um sucessor designado, o líder conservador, de 63 anos, <a href="#h2href:eyJ0aXR1bG8iOiJBcHA6OlBhcmxhbWVudG8gZXNwYW5ob2wgZGVycnViYSBSYWpveTsgUGVkcm8gU%2bFuY2hleiDpIG8gbm92byBwcmltZWlyby1taW5pc3RybyIsImxpbmsiOiIiLCJwYWdpbmEiOiIiLCJpZF9zaXRlIjoiNjMiLCJtb2R1bG8iOnsic2NoZW1hIjoibm90aWNpYV8xMjc5ODMyNDIzNjEiLCJpZF9wayI6IjY4NTM4NCIsImljb24iOiIiLCJpZF9zaXRlIjoiNjMiLCJpZF90cmVlYXBwIjoiMTAiLCJ0aXR1bG8iOiJQYXJsYW1lbnRvJTIwZXNwYW5ob2wlMjBkZXJydWJhJTIwUmFqb3klM0IlMjBQZWRybyUyMFMlRTFuY2hleiUyMCVFOSUyMG8lMjBub3ZvJTIwcHJpbWVpcm8tbWluaXN0cm8iLCJpZF9zaXRlX29yaWdlbSI6IjYzIiwiaWRfdHJlZV9vcmlnZW0iOiIxMCJ9LCJyc3MiOnsic2NoZW1hIjoiIiwiaWRfc2l0ZSI6IjYzIn0sIm9wY29lcyI6eyJhYnJpciI6Il9zZWxmIiwibGFyZ3VyYSI6IiIsImFsdHVyYSI6IiIsImNlbnRlciI6IiIsInNjcm9sbCI6IiIsIm5vZm9sbG93IjoiIiwib3JpZ2VtIjoiIn0sImRpbmFtaWNvIjoiIn0=">perdeu o poder nesta sexta-feira </a>em uma moção de censura na Câmara baixa. Uma maioria de 180 deputados de 350 votou a favor de seu rival Pedro Sánchez.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]O líder socialista, novo presidente do governo, promoveu a moção depois de a Justiça concluir que o Partido Popular (PP) de Rajoy lucrou com uma vasta rede de corrupção e manteve um caixa dois durante duas décadas.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A crise foi a gota d;água para um Rajoy que, com sua paciência e impassibilidade, assim como a divisão de seus rivais, havia suportado as tensões à frente do governo, como reconhecem tanto seus aliados, que o veem como um brilhante estrategista, quanto os adversários, que o atacam por seu imobilismo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Reclinando-se em sua cadeira à espera da passagem da tormenta, havia resistido à contestação contra suas políticas de austeridade, aos escândalos de seu partido e à crise separatista na Catalunha.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Símbolo de sua capacidade de sobreviver a tudo, em 2005, salvou-se de um acidente de helicóptero com apenas um dedo quebrado.</div><h3 style="text-align: justify">Um político experiente</h3><div style="text-align: justify">Eleito como vereador pela primeira vez em 1981, em sua Galícia natal, Rajoy "é o único político que tem sua vida toda nisso", assegura o cientista político Antón Losada, autor de uma biografia do líder conservador.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Ganhou eleições, perdeu eleições, foi ministro, foi líder da oposição, passou por tudo", em comparação a rivais que são "novatos".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Aprendeu a esperar, a aguentar a pressão", completa Losada.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Esperou quase oito anos como líder da oposição para se tornar presidente do governo espanhol com maioria absoluta, no final de 2011.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">E, depois das eleições gerais de 2015, nas quais perdeu muito apoio pelos escândalos de corrupção e pela austeridade de seu primeiro mandato, soube esperar dez meses e novas eleições para ser reimpossado, em outubro de 2016, já que seus adversários demonstraram sua incapacidade de compor um governo alternativo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Ressuscitado, embora mais fraco, outras crises se apresentaram em seu caminho, especialmente a tentativa frustrada de secessão da Catalunha, em outubro passado.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Criticado por sua inação diante de um conflito preparado durante anos, conseguiu salvar a situação na última hora, impondo seu controle direto sobre a região e destituindo em bloco o Executivo separatista de Carles Puigdemont.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os separatistas conservaram o poder, mas, por enquanto, parecem ter renunciado a uma separação unilateral imediata.</div><h3 style="text-align: justify">Várias vidas</h3><div style="text-align: justify">Fã do ciclismo e do Real Madrid, assim como das caminhadas matutinas, sabe-se pouco da vida privada desse homem casado e pai de dois filhos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Nascido em 1955 em Santiago de Compostela, Mariano Rajoy Brey cresceu em uma família abastada e, em sua juventude, foi "registrador de propriedade".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Logo saltou para a política, inscrevendo-se na Aliança Popular, fundada por ministros do ditador Francisco Franco e que acabaria se transformando no PP.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Cinco vezes ministro do governo de José María Aznar (1996-2004), foi seu porta-voz quando teve de justificar a desastrosa gestão da maré negra provocada na Galícia pelo navio petroleiro "Prestige", em 2002, ou a entrada da Espanha na guerra do Iraque, em 2003.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Escolhido a dedo por Aznar como seu sucessor, perdeu duas eleições para o socialista José Luis Rodríguez Zapatero em 2004 e em 2008, antes de alcançar o governo em uma Espanha mergulhada na crise.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A austeridade custou a vida política de outros de seus colegas europeus, mas não o derrubou.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Tem a pele de elefante", disse-lhe uma vez a chanceler alemã, Angela Merkel.</div>