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Estado Islâmico assume autoria de ataques a igrejas na Indonésia

As explosões foram conduzidas por membros de uma só família, inclusive crianças de 9 e 12 anos

O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques a bomba a três igrejas que deixaram ao menos 10 mortos na Indonésia neste domingo, segundo a agência de notícias da organização extremista. As explosões foram conduzidas por membros de uma só família, inclusive crianças de 9 e 12 anos, e foram o pior ataque no país de maioria muçulmana. O papa Francisco lamentou os ataques e, durante missa na Praça de São Pedro, pediu que os fiéis orassem para o "Deus da paz, para que ele faça essas ações violentas pararem".

Segundo a polícia indonésia, uma mulher e duas crianças detonaram ao menos uma bomba quando foram paradas por um guarda na entrada de uma igreja protestante. Uma fonte que não estava autorizada a falar com a imprensa disse que as crianças - duas meninas - também carregavam bombas. O pai explodiu um carro-bomba e os dois filhos adolescentes - de 16 e 18 anos - usaram uma motocicleta em seus ataques.

Dezenas de pessoas foram levadas a hospitais e a polícia colocou Jacarta em alerta. As explosões se deram em meio a uma onda de derramamento de sangue que tem a polícia como alvo. Especialistas em terrorismo disseram que devem acontecer mais ataques, com os extremistas incentivando seus seguidores às vésperas do mês de Ramadã, quando os muçulmanos praticam seu jejum ritual.

Na semana passada, detentos de uma prisão que concentra terroristas em Jacarta fizeram uma rebelião e mataram cinco policiais. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade do motim, o segundo naquela prisão desde que Aman Abdurrahman, o líder do grupo terrorista na Indonésia, foi transferido para o local no ano passado para aguardar julgamento por incitar seguidores a fazer ataques.

Na Indonésia, a maioria muçulmana é da ala moderada e há muito vinha sendo exemplo de democracia. No entanto, uma corrente conservadora da religião tem ganhado destaque na política do país. No ano passado, conservadores radicais lideraram protestos contra o governador cristão da capital Jacarta e ajudaram a prendê-lo, sob acusações duvidosas de que ele havia blasfemado contra o islamismo.