Washington, Estados Unidos - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9/5) a libertação de três americanos detidos pela Coreia do Norte, elogiando o "gesto de boa vontade" do líder norte-coreano Kim Jong Un, com quem irá se reunir nas próximas semanas.
"Tenho o prazer de lhes anunciar que o secretário de Estado, Mike Pompeo, está no ar e de regresso da Coreia do Norte com três maravilhosos cavalheiros que todo mundo está esperando ansiosamente. Parecem estar bem de saúde", tuitou Trump.
O presidente disse ainda que estará na base Andrews da Força Aérea, situada no subúrbio de Washington, para receber Pompeo e os três "convidados". A chegada está prevista para as 2h locais de quinta-feira (3h, em Brasília).
"Os três americanos parecem estar bem de saúde e todos puderam embarcar no avião sem ajuda", indicou Sarah Sanders, porta-voz do governo americano. "Todos os americanos esperam dar boas-vindas e vê-los reunidos com seus entes queridos", acrescentou.
Pyongyang concedeu aos três homens uma "anistia", segundo uma autoridade americana. Dois dos libertados, o especialista agrícola Kim Hak-song e o ex-professor Tony Kim, foram presos em 2017, enquanto Kim Dong-chul, um empresário americano nascido na Coreia do Sul e pastor de cerca de 60 anos, havia sido condenado a 10 anos de trabalho forçado em 2016.
Estes não foram os primeiros casos de cidadãos americanos presos na Coreia do Norte. A maioria deles foram libertados após a intervenção de personalidades. O ex-presidente Bill Clinton, por exemplo, viajou a Pyongyang em 2009 para a libertação de dois jornalistas condenados a 12 anos de trabalho forçado por atravessar ilegalmente a fronteira.
A libertação dos americanos era esperada como um gesto de boa vontade, em meio aos preparativos do encontro entre Trump e Kim Jong-un. Trump disse que Pompeo teve uma "boa reunião" com Kim e que a data e o lugar de sua próxima reunião já foram determinados.
O encontro do presidente americano e do líder norte-coreano será histórico e versará sobre a desnuclearização da península coreana. Washington exige que a Coreia do Norte abandone seu programa de armas nucleares.
Encontro não será na DMZ
No início da tarde, Trump descartou a Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide a península da Coreia como sede de sua cúpula com o líder norte-coreano.
Trump, que havia mencionado a DMZ - estabelecida após o fim da guerra da Coreia em 1953 - e Cingapura como possíveis locais para o histórico encontro, disse a jornalistas na Casa Branca que a data e o local vão ser anunciados "nos próximos três dias".
A DMZ sediou em abril uma cúpula de alto nível entre os líderes da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, a terceira depois da guerra.
Nesta reunião, Kim e o presidente sul-coreano Moon Jae-in reafirmaram seu compromisso com o objetivo comum de uma "completa desnuclearização" da península, mas os termos de um eventual acordo ainda precisam ser definidos.
O Norte e o Sul também concordaram em manter diálogos com os Estados Unidos, e possivelmente com a China, para chegar a um acordo até o final do ano. A Guerra da Coreia, na qual a China apoiou o Norte e os Estados Unidos o Sul, terminou com um armistício, mas sem um tratado de paz.
Kim se encontrou com o presidente chinês Xi Jinping na terça-feira pela segunda vez em seis semanas, revelando os esforços desses dois aliados da Guerra Fria para normalizar as deterioradas relações entre Pyongyang e Washington.
De acordo com a agência de notícias oficial da China, Kim disse a Xi que não há necessidade de a Coreia do Norte ser um Estado nuclear, "desde que as partes interessadas deixem de lado suas políticas hostis e ameaças à segurança" da Coreia do Norte.
Trump exige que a Coreia do Norte renuncie irrevogavelmente a suas armas nucleares, mas Kim deu poucas indicações de estar disposto a ceder neste aspecto ou sobre o que exigirá em troca.