"O marco do acordo deve conter uma solução clara e operacional a respeito da Irlanda", disse Barnier em uma entrevista coletiva.
"Até alcançarmos este acordo, existe um risco", afirmou.
Para o dirigente europeu, "apenas uma solução específica na Irlanda do Norte funcionará. Devemos alcançar um acordo antes do mês de junho sobre vários pontos".
Reino Unido e UE afirmam que desejam evitar o restabelecimento de uma fronteira "dura" entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda vizinha, membro da UE, após a saída britânica do bloco no fim de março de 2019.
O objetivo é preservar os Acordos de Paz de 1998 que acabaram com três décadas de confrontos violentos entre nacionalistas unionistas norte-irlandeses, reforçando os vínculos entre os dois territórios.
Os britânicos aceitaram em março integrar no rascunho do acordo de saída da UE a opção de um "espaço regulamentar comum" que inclua a UE e a Irlanda do Norte, ao menos até uma solução satisfatória.
Esta ideia, chamada de "backstop", "está sobre a mesa por causa das linhas vermelhas estabelecidas pelo Reino Unido", destacou Barnier, depois que Londres decidiu abandonar a união alfandegária e o mercado único após o Brexit.
Ao lado do negociador europeu, o primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar também afirmou que "o backstop não é a solução preferida de ninguém. As principais barreiras são as linhas vermelha do Reino Unido".
Em uma entrevista ao jornal irlandês Sunday Independent, Barnier destacou que "o Brexit criou um problema específico na Irlanda. É portanto responsabilidade do Reino Unido apresentar uma solução prática. Até agora, no entanto, não recebemos nenhuma solução prática".