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Doadores prometem US$ 4,4 bi em ajuda para a Síria

Este é o segundo dia da conferência sobre o futuro da Síria em Bruxelas, com a participação de mais de 80 países, grupos de ajuda e organismos da ONU

Agência France-Presse
postado em 25/04/2018 12:50
Ataque químico em Douma, em Ghouta Oriental, na Síria
A conferência internacional sobre o futuro da Síria, organizada pela União Europeia (UE) e as Nações Unidas, conseguiu arrecadar 4,4 bilhões de dólares em ajuda para este país mergulhado na guerra civil desde 2011.

[SAIBAMAIS]"Ao final do dia, teremos ouvido promessas para 2018 de 4,4 bilhões de dólares", indicou em coletiva de imprensa Mark Lowcock, chefe do escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Ele insistiu que se trata de sua melhor estimativa.

Este é o segundo dia da conferência sobre o futuro da Síria em Bruxelas, com a participação de mais de 80 países, grupos de ajuda e organismos da ONU.

Nesta reunião, a UE fez um apelo para que Rússia e Irã pressionem o regime de Damasco, do qual são aliados, a se comprometer com negociações para acabar com a guerra civil na Síria.

"Precisamos em particular que Rússia e Irã pressionem Damasco para que aceite sentar-se à mesa com a mediação da ONU", afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, ao chegar à conferência de doadores em Bruxelas, o sétimo encontro do tipo.

Para a UE, a única maneira de alcançar a paz neste conflito, que desde março de 2011 deixou mais de 350.000 mortos e milhões de de deslocados, passa por um "processo político" com a mediação da ONU, destacou Mogherini.

Os europeus desejam retomar as conversações lideradas pela ONU em Genebra que avançaram pouco após oito encontros, em parte pela falta de interesse do regime sírio de Bashar al-Assad. Rússia, Irã e Turquia iniciaram um processo de negociações à parte em Astana.

No primeiro dia do encontro, o enviado das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, advertiu para o risco de uma catástrofe humanitária iminente na região de Idlib, um reduto rebelde que pode se tornar o próximo alvo do regime após recuperar o enclave de Ghuta Oriental.

O Reino Unido, representado pela secretária de Estado para o desenvolvimento internacional Penny Mordaunt, vai centrar sua intervenção na conferência na Rússia, que enviou a seu embaixador na ONU, Vladimir Chizhov.

"Ao exercer seu veto na ONU em 12 ocasiões (em resoluções) sobre a Síria, (a Rússia) deu sinal verde a Assad para cometer atrocidades (...) contra seu próprio povo", dirá Mordaunt, segundo seu escritório, semanas depois do suposto ataque químico na cidade de Duma.

Falta de recursos


Para a ajuda humanitária na Síria são necessários 3,5 bilhões de dólares e outros 5,6 bilhões de dólares para apoiar os refugiados nos países vizinhos.

Parte do dinheiro já foi arrecadado, mas Mark Lowcock, chefe do escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), indicou à AFP que a expectativa é arrecadar pelo menos 8 bilhões de dólares.

Se esta meta não for alcançada, alguns programas deverão ser cortados. "Estamos desesperadamente sem recursos", apontou na terça-feira. O OCHA conseguiu arrecadar apenas metade dos fundos que precisava em 2017, afirmou.

Londres e Berlim lideram as promessas de fundos nesta quarta-feira, 25/4, com 630 milhões de dólares para 2018 e outros 420 milhões de dólares para 2019 aportados pelo Reino Unido. A Alemanha expressou sua vontade de aportar mais de 1,2 bilhão de dólares até 2020.

Dentro da Síria existem cerca de 6,1 milhões de pessoas deslocadas, e mais de 5 milhões de sírios fugiram do país. Além disso, 13 milhões de pessoas precisam de ajuda, destaca a UE.

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