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UE alerta para aumento da polarização na Venezuela por decisões eleitorais

A UE lamenta a existência de "presos políticos" e de "obstáculos para limitar a participação de partidos políticos e candidatos", como a "recente decisão" do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de "limitar" a participação nas eleições de conselhos legislativos locais



Bruxelas, Bélgica -
A União Europeia (UE) considerou, nesta quinta-feira (19/4), que as decisões do poder eleitoral na Venezuela sobre as eleições de 20 de maio apenas aumentam a "polarização" e reiterou sua disposição a adotar as "medidas apropriadas" diante de qualquer decisão que "continue minando a democracia".

"Lamentamos profundamente que se tenha coanvocado eleições sem um amplo acordo sobre o calendário, ou sobre as condições para um processo eleitoral confiável e inclusivo", disse a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, em uma declaração em nome dos 28 países europeus.

A UE lamenta a existência de "presos políticos" e de "obstáculos para limitar a participação de partidos políticos e candidatos", como a "recente decisão" do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de "limitar" a participação nas eleições de conselhos legislativos locais aos que participam das presidenciais previstas para esse mesmo dia.

"Isso apenas exacerbará a polarização e criará mais obstáculos para uma solução política pacífica", apontou Mogherini. A quase um mês das eleições, os países europeus aumentam sua pressão sobre Caracas para que garanta "eleições livres, transparentes e confiáveis", reforçou a chanceler do bloco.

A UE respondeu indiretamente ao convite do órgão eleitoral para participar como observador da eleição presidencial, afirmando que missões desse tipo são possíveis apenas se permitirem "a participação de todos os partidos" nas eleições "em igualdade de condições", se houver "um calendário eleitoral acordado e viável" e "uma composição equilibrada do CNE".

Na declaração, o bloco europeu reiterou que "acompanhará de perto o processo eleitoral" e que "está disposto a reagir com as medidas apropriadas diante de qualquer decisão, ou ação, que possa continuar minando a democracia, o Estado de Direito e a situação dos direitos humanos no país".