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Turquia condena 21 pessoas à prisão perpétua por golpe em 1997

Entre os 21 condenados figuram o número um do Exército turco de 1994 a 1998, o oficial Hakki Karadayi, e seu adjunto na época, Cevik Bir

Turquia -Vinte e uma pessoas foram condenadas nesta sexta-feira (13) à prisão perpétua na Turquia no âmbito do julgamento aos instigadores do "golpe de Estado pós-moderno" de 1997, informou a agência de notícias estatal Anadolu.

Entre os 21 condenados figuram o número um do Exército turco de 1994 a 1998, o oficial Hakki Karadayi, e seu adjunto na época, Cevik Bir.

Outros 68 acusados foram absolvidos, acrescentou a Anadolu.

O canal de televisão privado CNN-Türk informou que os condenados não seriam presos devido a sua idade avançada.

Em 1997, o primeiro chefe de um governo islamita turco, Necmettin Erbakan, mentor do atual presidente, Recep Tayyip Erdogan, foi obrigado pelo Estado-Maior do Exército a renunciar. Este golpe, que aconteceu sem um só disparo, foi apelidado de "golpe de Estado pós-moderno".

O julgamento foi aberto em 2013, com 103 acusados, mas alguns deles morreram desde o início deste longo processo judicial.

O Exército turco, que se considera o garantidor do respeito aos princípios da República turca fundada por Mustafa Kemal Atatürk em 1923, começando pelo laicismo, derrubou três governos civis - em 1960, 1971 e 1980.

Militares facciosos realizaram uma tentativa de golpe de Estado na noite de 15 de julho de 2016. O governo turco acusa o clérigo Fethullah Gülen, que mora nos Estados Unidos e nega qualquer envolvimento, de ter sido o cérebro desta tentativa frustrada.

Desde a vitória de seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) em 2002, o governo islâmico-conservador de Erdogan se esforçou para reduzir a influência dos militares na vida política.