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Greves tumultuam tráfego aéreo na Alemanha e na França

Na Alemanha, as greves nos aeroportos de Frankfurt, o maior do país, de Munique, de Colônia e de Bremen obrigaram a Lufthansa a anular cerca de 800 voos, o que afetou pelo menos 90 mil passageiros

Agência France-Presse
postado em 10/04/2018 14:46
Na Alemanha, as greves nos aeroportos de Frankfurt, o maior do país, de Munique, de Colônia e de Bremen obrigaram a Lufthansa a anular cerca de 800 voos, o que afetou pelo menos 90 mil passageiros

Frankfurt am Main, Alemanha -
O tráfego aéreo enfrentava perturbações na Alemanha e na França, nesta terça-feira (10/4), por duas greves que paralisavam vários aeroportos e afetavam em particular as companhias Lufthansa e Air France.

Na Alemanha, as greves nos aeroportos de Frankfurt, o maior do país, de Munique, de Colônia e de Bremen obrigaram a Lufthansa a anular cerca de 800 voos, o que afetou pelo menos 90 mil passageiros. Outros aeroportos, como o de Leipzig, Hannover e Hamburgo, também se viram afetados, assim como a companhia Eurowings, uma filial da Lufthansa.

A paralisação nos aeroportos alemães é uma das "greves de advertência" dos funcionários públicos às vésperas das negociações salariais que devem ser retomadas em meados de abril. As greves também afetam o setor do transporte público, creches, ou ainda o serviço de coleta de lixo.

O operador do aeroporto de Frankfurt, Fraport, informou que o tráfego aéreo deve começar a se normalizar no início da noite. "Sabia [que tinha greve], mas queria ver se conseguia chegar, porque o trem não funciona", disse à AFP Sybille Metzler, de 41, que tinha de sair de Frankfurt rumo a Amsterdã.

Segundo o aeroporto, os controles de segurança estavam fechados em várias zonas de embarque e impediam o acesso aos aviões. No aeroporto de Munique, o segundo do país, metade dos voos estava com atraso, ou havia sido anulada, relata o sindicato Verdi, citado pela agência de notícias DPA.

200 euros a mais por mês

Os sindicatos reivindicam um aumento salarial de 6% para os 2,3 milhões de trabalhadores públicos temporários contratados pelo Estado federal e pelas prefeituras.

Também pedem que este aumento se traduza em pelo menos 200 euros a mais por mês por pessoa. "Se, agora [no período de crescimento econômico forte], não houver progresso salarial, incluindo no setor público, quando terá?", disse o responsável pelo sindicato Verdi, Frank Bsirske.

Alguns passageiros se mostravam compreensivos, como Ashley Gillha, que ia de Nova Zelândia para Mallorca, via Frankfurt. Agora, ela precisa tomar um trem e, depois, pegar um avião para conseguir chegar a seu destino.

"Não tem problema. Minha escala teria durado cinco horas de qualquer maneira e, com isso, pude beber uma cerveja às oito da manhã", brincou essa executiva, de 40 anos, que disse esperar que os grevistas sejam bem-sucedidos em suas reivindicações.

Na França, o tráfego também estava complicado pela anulação de 25% dos voos da companhia Air France, a sexta jornada de greve desde o início, em fevereiro passado, de uma mobilização para exigir melhores salários.

Para quarta-feira, a Air France prevê que poderá manter apenas 70% de seus voos. Do aeroporto de Roissy-Charles de Gaulle, em Paris, a companhia manterá 73% de seus voos de longa distância, e 80%, dos de curta - aqueles que saem do aeroporto de Orly, também em Paris, e de outras regiões da França.

A empresa francesa avalia suas perdas em 170 milhões de euros (209 milhões de dólares) após sete dias de greve, no período de 22 de fevereiro a 11 de abril. Onze sindicatos convocaram, para estas terça e quarta-feiras, dois novos dias de greve para reivindicar um reajuste salarial de 6%.

A direção da companhia alega que não há um crescimento suficiente para esses aumentos, que teriam um impacto de 240 milhões de euros anuais.

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