Paris - O presidente francês, Emmanuel Macron, que conversou neste domingo com seu homólogo americano, Donald Trump, "condenou com a maior firmeza os ataques químicos de 7 de abril contra a população de Duma em Ghuta Oriental", na Síria, anunciou o Eliseu em um comunicado.
Ambos os dirigentes "intercambiaram suas informações e suas análises, confirmando a utilização de armas químicas", e "decidiram coordenar suas ações e iniciativas no Conselho de Segurança das Nações Unidas", que deve se reunir nesta segunda-feira, acrescentou a presidência francesa.
A França já havia advertido, no domingo, que assumirá "todas as suas responsabilidades" após o suposto ataque químico, declarou o ministro das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian. Paris ameaçou, em várias ocasiões, bombardear alvos militares sírios se for demonstrado o uso de armas químicas.
Em fevereiro, Macron avisou que a França "atacará" se tiver provas de que armas químicas proibidas em tratados são usadas contra civis por parte do regime sírio.
O presidente francês declarou em maio de 2017 que o uso de armas químicas significaria para ele uma "linha vermelha" e que implicaria em "uma resposta imediata" por parte da França.
O Conselho de Segurança da ONU deve "condenar o uso repetido de armas químicas", acrescentou o Eliseu, que pede que "sejam estabelecidas de forma clara todas as responsabilidades sobre esta questão".
Emmanuel Macron e Donald Trump acordaram "continuar estreitamente em contato e voltar a se falar nas próximas 48 horas".
Por iniciativa da França, nove países solicitaram uma reunião do Conselho de Segurança da ONU na segunda-feira, prevista para as 15H30 GMT (12h30 em Brasília).
Moscou, por sua vez, pediu outra reunião do Conselho, dedicada às "ameaças à paz no mundo".
O suposto ataque químico de sábado em Duma, em Ghuta Oriental, deixou dezenas de mortos. O regime parecia estar a ponto de recuperar o controle total deste último bastião rebelde perto de Damasco na noite de domingo.
O bombardeio provocou uma onda de críticas internacionais neste domingo. Trump advertiu que Bashar Al Assad e seus aliados terão de "pagar um preço alto".
O governo sírio e seus aliados, Rússia e Irã principalmente, negaram qualquer responsabilidade das forças do regime. Moscou advertiu Washington contra uma "intervenção militar por pretextos fabricados" na Síria, que poderia "implicar as mais fortes consequências".