A organização encarregada pelo emblemático concurso de beleza Miss Venezuela anunciou nessa quarta-feira (21/3) que entrou em "revisão" e suspenderá temporariamente suas atividades após uma série de acusações entre as competidoras nas redes sociais, informou uma unidade de negócios do grupo Cisneros.
Um grupo de ex-participantes do concurso manteve, no último mês, um debate em redes sociais sobre o que elas insinuaram ser um comportamento pouco ético de suas companheiras. Elas eram acusadas de terem se envolvido com empresários e funcionários de alto escalão para se beneficiar, abrindo a polêmica de como as misses sobrevivem.
Os encarregados da competição disseram que suspenderam o recrutamento de misses até segunda ordem para um concurso que tradicionalmente acontece no final do ano.
"Diante dos atos descritos recentemente através das redes sociais, blogs anônimos e por algumas pessoas que tiveram relação com o Miss Venezuela, decidiu-se começar uma revisão interna", disse a organização em comunicado.
O objetivo é "determinar se alguns de seus associados, durante o curso de suas gestões, se envolveram em atividades que infringiram os valores e a ética do concurso", acrescentou o texto, sem mencionar nenhum nome específico ou detalhes. Não ficou claro se elegerão ou não a Miss Venezuela este ano.
O ex-presidente do concurso, Osmel Sousa, negou nesta quinta-feira, 22, ter atuado com preconceito com algumas candidatas, como foi sugerido nas últimas semanas, após o escândalo envolvendo as ex-misses.
"Parece inacreditável que eu tenha de negar algo que em si é absolutamente e inerentemente falso, mas para fins de clareza e responsabilidade, eu digo: em nenhum momento eu agi com preconceito com qualquer uma das milhares de candidatas que passaram sob o meu comando", disse Sousa em um post no Instagram
"O tratamento e a interação com todas as candidatas, claro, não foram por igual, uma vez que cada uma tem sua própria personalidade e as atitudes diferem, mas o respeito a elas como pessoas e as exigências para com elas como profissionais e representantes dos valores e da beleza da mulher venezuelana sempre foram denominador comum", acrescentou.
Algumas ex-participantes do concurso também afirmaram ter trabalhado para uma fundação de Diego Salazar, primo do ex-presidente da estatal petroleira PDVSA Rafael Ramírez, que está preso por suposta lavagem de dinheiro.