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Reunião de emergência em Londres discute envenenamento de ex-espião russo

Sob o comando da ministra do interior, o encontro tem como objetivo desvendar as circunstâncias da morte de Serguei Skripal

Londres, Reino Unido - Londres convocou uma nova reunião de emergência neste sábado (10/3) sobre o caso do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal, enquanto a polícia, com o apoio do exército, prossegue com as investigações para esclarecer a tentativa de assassinato.

O comitê "Cobra", convocado em casos de emergência nacional no Reino Unido, se reunirá sob o comando da ministra do Interior, Amber Rudd, informou o governo da primeira-ministra Theresa May.

O encontro, o segundo desde quarta-feira, tem o objetivo de fazer um balanço da investigação, comandada pela unidade de polícia antiterrorista, que foi ampliada para tentar determinar a origem do agente neurotóxico utilizado contra Serguei Skripal e sua filha Yulia, assim como o local e a maneira de administração.

Theresa May prometeu atuar de forma "apropriada" se ficar comprovada a participação de um Estado no caso.

Os olhares estão voltados para a Rússia, já que para muitos o envenenamento de Skripal recorda o de Alexander Litvinenko, um ex-agente do serviço secreto russo assassinado em Londres em 2006, por ordem de Moscou, segundo um juiz britânico.

A Rússia, que denuncia uma propaganda contra o país, nega qualquer envolvimento no envenenamento de Skripal e sua filha, encontrados inconscientes no domingo na tranquila cidade de Salisbury, sul da Inglaterra, onde o ex-espião mora.

Serguei Skripal foi condenado por traição em seu país e se mudou para a Inglaterra em 2010, quando foi incluído em uma troca de prisioneiros organizada por Moscou, Londres e Washington.

O governo está disposto a responder com "toda a força dos recursos do Reino Unido se for apropriado e proporcional ao que se deve fazer", afirmou o secretário de Estado para a Segurança, Ben Wallace, neste sábado à BBC.

O jornal Daily Telegraph indicou que Theresa May poderia anunciar "sanções contra a Rússia a partir de segunda-feira", enquanto o Times informou que Londres discute com os aliados (EUA e países europeus) sobre possíveis "represálias coordenadas, que incluiriam medidas diplomáticas, econômicas e militares".

A polícia ampliou a investigação para todos os locais frequentados em Salisbury por Serguei Skripal, de 66 anos, e sua filha, de 33, que visitava o pai.

Os dois estão internados no Salisbury District Hospital e se encontram em condição "crítica mas estável". Ambos foram expostos a um agente neurotóxico, uma substância química que ataca o sistema nervoso e que pode provocar a morte.

A polícia isolou um restaurante e um pub, assim como a casa do ex-agente e o cemitério de Salisbury: dois especialistas trabalhavam nos túmulos da esposa de Skripal, falecida em 2012 de câncer, e de seu filho, morto no ano passado por uma doença hepática.

Um policial que ajudou o ex-espião e sua filha também foi afetado. Ele se encontra em "estado grave mas estável", está consciente e pode falar, afirmou o chefe de polícia de Wiltshire, Kier Pritchard.