A ONU anunciou nesta sexta-feira (2/3) que os ataques que deixaram 15 capacetes azuis da Tanzânia mortos em dezembro na República Democrática do Congo (RDC) ressaltaram as "falhas" no treinamento de suas tropas.
Citando as conclusões de uma investigação, o organismo assegurou em comunicado que foi encontrada "uma série de falhas no treinamento e na atitude da MONUSCO (missão da ONU na RD Congo) e de sua Brigada de Força de Intervenção".
Quinze capacetes azuis da Tanzânia morreram e outros 43 integrantes do contingente da ONU ficaram feridos.
O ataque de 7 de dezembro no território de Beni, na província de Kivu do Norte, foi um dos mais violentos cometidos contra as forças de paz instaladas na RDC desde 1999 e o pior contra capacetes azuis desde a morte de 24 efetivos paquistaneses na Somália em junho de 1993.
Uma equipe de investigadores encarregada de avaliar a resposta das forças de paz "encontrou uma série de lacunas na formação e postura da MONUSCO e em sua Brigada de Intervenção", assinalou a ONU em comunicado nesta sexta-feira.
Observou também que a missão carecia de um plano de contingência em caso de ataque.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, designou Dmitry Titov, um russo que trabalhou nas forças de paz das Nações Unidas, para comandar a investigação.
A ONU havia afirmado que a emboscada foi realizada por supostos rebeldes da ADF, um obscuro grupo dominado por muçulmanos ugandeses, uma das várias organizações armadas ativas na região de Kivu do Norte.
Um relatório da ONU divulgado no mês passado recomendou às forças de manutenção da paz das Nações Unidas que mudem sua forma de operar e não evitem o uso da força, em um preocupante contexto de aumento dos ataques contra capacetes azuis.