Na segunda-feira, 31 civis morreram em ataques do regime contra Guta Oriental, e 16 pessoas morreram em Idlib, segundo o OSDH. Essas duas regiões fazem parte das quatro zonas de distensão instauradas na Síria para obter uma trégua nos combates. O conflito que afeta a Síria desde 2011 deixou mais de 340.000 mortos.
Na terça-feira, uma comissão da ONU que investiga crimes de guerra cometidos na Síria, estimou que os combates nessas zonas "fazem cair no ridículo as chamadas zonas de distensão". "Nas últimas 48 horas, a importância e a ferocidade dos ataques aumentaram consideravelmente", lamentou.
A comissão anunciou também que estava investigando supostos ataques químicos do regime em Saraqeb, uma localidade da província de Idlib, onde se reportaram 11 casos de asfixia, assim como em Guta Oriental.
Em 22 de janeiro, o OSDH reportou 21 casos de asfixia em Guta, enquanto habitantes e fontes médicas haviam relatado um ataque com cloro. O regime de Damasco nega utilizar armas químicas. Na segunda-feira, Washington tentou fazer com que o Conselho de Segurança adote um projeto de declaração de condenação do uso de armas químicas na Síria.
Mas Moscou quis emendar o texto, particularmente para que Guta não seja mencionada, mas não conseguiu o apoio dos Estados Unidos. A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, disse ao Conselho de Segurança que havia "provas evidentes de dezenas de vítimas" para comprovar o uso de cloro nos ataques a Guta Oriental.
Vassily Nebenzia, embaixador russo na ONU, respondeu acusando os Estados Unidos de promoverem uma "campanha propagandística" para culpar falsamente o presidente Bashar al Assad.
Os representantes de diferentes agências da ONU com escritório em Damasco lamentaram uma "situação extrema" e pediram "um fim imediato das hostilidades por ao menos um mês em toda a Síria", segundo um comunicado.
O objetivo é "permitir a distribuição de ajuda humanitária, a retirada de feridos e pacientes em estado crítico, e aliviar o sofrimento" de civis, indicou o comunicado. "A equipe humanitária das Nações Unidas na Síria adverte sobre as consequências desastrosas se a crise humanitária se agravar em várias regiões do país", ressalta o comunicado.