"Os europeus disseram: ;OK, nós podemos melhorar nossa oferta sobre diversos bens agrícolas que lhes interessam, inclusive a carne bovina;. Mas todos os detalhes não foram apresentados", afirmou uma fonte do Mercosul ao fim desta reunião.
A UE espera, em troca disso, esforços do bloco sul-americano, sobretudo nos setor de autopeças e laticínios, afirmou outra fonte.
"Ontem, as coisas avançaram e nós esperamos, agora, que o Mercosul volte e dê sua opinião sobre a forma como poderíamos finalizar as negociações", explicou à imprensa o vice-presidente da Comissão europeia, Jyrki Katainen, sem dar detalhes sobre as concessões feitas.
"No fim, só sobraram as questões mais difíceis", disse ele. "Mas se a vontade política for forte como neste momento, eu estou certo de que nós podemos alcançar esse objetivo".
A abertura da UE aos produtos agrícolas da América do Sul, especialmente a carne, é uma grande preocupação para a indústria europeia, que lamentou nesta quarta-feira, em um comunicado, uma eventual alta das cotas de importação deste produto no acordo.
O principal sindicato europeu de fazendeiros, a Copa-Cogeca, afirmou em comunicado que a UE está pronta para levar 99 mil toneladas de carne bovina da América do Sul, em comparação com as 70 mil toneladas citadas até então.
"Nenhuma oferta foi apresentada na reunião" na terça-feira, respondeu uma fonte da Comissão, recusando-se a confirmar este dado.
Após a reunião ministerial, os negociadores-chefe da UE e do Mercosul planejam se encontrar em Bruxelas na sexta-feira para "aprofundar as discussões", disse a mesma fonte.
A França, um dos países mais reticentes a fechar o acordo pelo impacto em seu setor agropecuário, expressou nesta quarta-feira, nas palavras de seu ministro de Agropecuária, Stéphane Travert, seui desejo de encontrar um "resultado equilibrado". "Por ora, as contas não fecham", acrescentou.
Após fracassarem em cumprir a meta do fim de 2017, as duas partes gostariam de alcançar um acordo político sobre o tratado comercial em fevereiro, para evitar uma eventual paralisação impostas pelas eleições brasileiras em outubro.