"Mas o tema central e excludente do discurso será a proposta lançada pela Casa Branca sobre uma reforma migratória, que deve ser negociada no Congresso para destravar o diálogo e permitir a aprovação do orçamento federal", completou.
O país ainda não tem um orçamento geral para o ano fiscal em curso e, desde dezembro, o Congresso autorizou apenas planos provisórios de gastos. O último deles vence, inexoravelmente, em 8 de fevereiro.
Para votar e aprovar um orçamento federal anual, a oposição do Partido Democrata exige que se defina uma solução para os 690.000 jovens imigrantes que regularizaram sua situação, a partir de 2012, por meio do programa Daca. Esse contingente de imigrantes se viu mergulhado em um limbo jurídico em setembro do ano passado, quando Trump anunciou que seu governo não renovaria o Daca.
Os outros temas
Além de insistir na urgência de resolver a questão migratória, Trump deve destacar suas conquistas de 2017 - em especial a reforma do sistema tributário - e delinear os eixos fundamentais de sua ação administrativa este ano.
Espera-se que o presidente faça um apelo ao Congresso para definir um ambicioso plano de investimento de cerca de US$ 1 trilhão para reconstruir a infraestrutura do país no período de uma década. Também fará menções à política de comércio exterior, outro pilar fundamental na gestão do presidente.
Trump deve ainda apresentar as linhas de sua política externa, na qual se destacam assuntos de extrema sensibilidade como a escalada de tensão com a Coreia do Norte, o futuro das relações com o Irã e o passo dado por Washington para reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Esse discurso materializa uma seção do artigo II da Constituição americana, que estipula que o presidente deve, periodicamente, "oferecer informação ao Congresso sobre o Estado da União".
O jovem congressista Joseph Kennedy, sobrinho neto do ex-presidente John F. Kennedy, apresentará a resposta oficial do Partido Democrata ao discurso de Trump. Já a representante democrata de origem peruana pelo estado da Virgínia, Elizabeth Guzmán, ficará encarregada da resposta em espanhol, dirigida especificamente ao eleitorado hispânico.