Nenhum grupo assumiu a operação. Pelo Twitter, os talibãs comunicaram que não foram responsáveis pelo ataque. "Nossos mujahedines não estão envolvidos no ataque de Jalalabad", afirmou o porta-voz talibã Zabiulah Mujahid.
"Ouvi uma enorme explosão. Parecia um carro-bomba. Procuramos abrigo, e vi um homem armado, atirando contra a porta principal para entrar no recinto", contou Mohamad Amin, que conseguiu escapar saltando pela janela e foi hospitalizado com ferimentos na perna.
;Rezem por mim;
Mais de uma hora depois do início do ataque, às 10h20, de dentro do prédio, um funcionário da organização conseguiu falar com um amigo pelo aplicativo WhatsApp. "Estou vivo, rezem por mim. Ouço pelo menos dois invasores no segundo andar. Estão nos procurando", escreveu. "Chamam a polícia", pediu esse funcionário, na mensagem.
Pouco antes, outra pessoa presente no interior das instalações afirmou que os disparos continuavam. "Ouço tiros procedentes do interior do prédio. Pode se tratar de um ataque complexo", comentou essa testemunha. Dos veículos em chamas, um deles da ONG, subia uma espessa nuvem de fumaça preta, cobrindo a área do atentado.
Esse ataque acontece quatro dias depois de uma ofensiva talibã ao Hotel Intercontinental, um hotel de luxo muito procurado por estrangeiros e situado em Cabul. Nesse episódio, mais de 20 pessoas foram mortas, entre elas 14 estrangeiros.
Nos últimos meses, houve "várias ameaças" em Jalalabad, mas não especificamente contra estrangeiros, comentaram fontes ocidentais na cidade. Capital de Nangarhar, na fronteira com o Paquistão, Jalalabad abriga uma grande quantidade de talibãs e de membros do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que converteram vários distritos dessa província em suas bases no Afeganistão.
Ocorrido em 31 de dezembro e cometido com uma moto-bomba em um funeral, o último atentado em Jalalabad deixou 18 mortos. A ONG Save the Children, que ajuda menores que trabalham nas ruas, está presente no Afeganistão desde 1976.