Depois da liturgia, o pontífice deve se reunir com um grupo de indígenas, cujas identidades ainda não foram reveladas pela organização do encontro. Na sequência, volta para Santiago, onde se reunirá com jovens e visitará a Universidade Católica da capital.
"O programa da visita do Santo Padre reflete sua preocupação com uma zona que viveu tensões importantes, com a qual quer compartilhar uma mensagem de paz e para onde busca levar palavras de esperança que possibilitem o encontro entre as pessoas", disse recentemente o coordenador nacional da Comissão que organiza sua visita ao Chile, Fernando Ramos.
Parece ter-se propagado para La Araucanía a hostilidade contra a presença do papa por parte de grupos minoritários registrada em Santiago. Na madrugada passada, duas pequenas igrejas católicas foram atacadas em meio a um crescente clima de tensão pelas reivindicações de indígenas mapuches.
Em ataques simultâneos, as pequenas capelas situadas na periferia de Temuco ficaram completamente destruídas. Essas investidas se somam às sofridas por outras seis igrejas na capital com mensagens contrárias à visita do papa.
Os ataques incendiários são frequentes na região de La Araucanía. Nos últimos anos, foram mais de 100 atentados contra maquinário florestal e templos religiosos. Antes da chegada dos conquistadores espanhóis no Chile, em 1541, os mapuches eram donos das terras que vão do rio Biobío a até cerca de 500 quilômetros mais ao sul.
Após sucessivos processos, os mapuches, que representam 7% da população, foram forçados a viver em pouco mais de 5% de seus antigos domínios. Sem canais de negociação abertos, espera-se que a visita do papa à zona possa servir para aproximar posições nesse conflito de longa data.