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Grandes partidos separatistas catalães querem empossar Puigdemont

Puigdemont foi suspenso do cargo no final de outubro pelo governo espanhol de Mariano Rajoy. Desde então, o líder separatista vive na Bélgica e quer ser empossado sem voltar à Espanha

O Juntos pela Catalunha (centro-direita) e a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) "acordaram dar apoio à proposta de candidato à presidência da Generalitat da Catalunha (...) Carles Puigdemont", anunciaram em um comunicado conjunto, no qual não informaram se o acordo implicaria aceitar uma posse à distância.

Nenhum dos dois partidos informou se o acordo atingido incluía a aceitação por parte da ERC da posse à distância de Puigdemont, suspenso do cargo no final de outubro pelo governo espanhol de Mariano Rajoy.

Desde então, o líder separatista vive na Bélgica e quer ser empossado sem voltar à Espanha, onde a Justiça o procura por crimes de rebelião e sedição.

O governo espanhol anunciou na Justiça uma posse telemática que, inclusive serviços jurídicos do Parlamento catalão consideram ilegal.

Nas eleições regionais de 21 de dezembro, os partidos separatistas obtiveram a maioria absoluta parlamentar com 70 assentos do total de 135, a maioria deles distribuídos entre o Juntos pela Catalunha (34) e a ERC (32).

O acordo alcançado entre estes dois partidos, que também contempla ceder a presidência do Parlamento a um deputado da ERC, não inclui o pequeno partido de esquerda radical Candidatura de Unidade Popular com quatro cadeiras.

O anúncio foi feito na véspera da constituição do Parlamento catalão, em uma sessão na qual estarão ausentes oito deputados separatistas, cinco deles porque estão na Bélgica e outros três porque estão na prisão.

Durante a sessão, deverão ser escolhidos os integrantes do órgão diretor do Parlamento, que terá que decidir nos próximos dias se aceita ou não uma posse à distância.

A data-limite para realizar o debate de posse é, a princípio, 31 de janeiro.