Os democrata-cristãos da CDU conseguiram, em efeito, limitar o número de solicitantes de asilo aceitos anualmente na Alemanha, que oscilará entre 180 mil e 200 mil. Essa cifra inclui os refugiados que fogem da guerra e o reagrupamento familiar. O reagrupamento familiar, atualmente suspenso, será reativado a pedido do SPD, mas a União Social Cristã (CSU), partido irmão da CDU na Baviera, conseguiu que não superasse a marca de mil por mês.
Europa
O acordo prevê reforçar e reformar com a França a zona do euro para que resista melhor às crises. O SPD havia insistido muito nesse ponto, que os conservadores observam com certo receio. Para Lüder Gerken, do Centro de Estudos de Política Europeia, a futura coalizão "envia uma mensagem importante na direção de seus sócios europeus, particularmente para o presidente francês" Emmanuel Macron.
"Muitas de suas ideias figuram no acordo", disse. Entre elas está a criação de um Fundo Monetário Europeu a partir do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE) dedicado a auxiliar os países afetados pela crise da dívida.
Do ponto de vista de Berlim, sua principal tarefa seria supervisionar os déficits dos países da zona do euro. O acordo propõe "examinar" outras propostas francesas, como a criação de um orçamento da zona do euro, de um ministro das Finanças da união monetária e de um Parlamento específico na zona do euro.
Economia
Aumentará o investimento público mediante um aumento da arrecadação fiscal estimada em 45 bilhões de euros, mas o orçamento permanecerá em equilíbrio. No plano fiscal, o documento não menciona um aumento dos impostos aos mais ricos. O SPD pedia para aumentar até 45% a taxa de imposto máxima, contra os 42% atuais.
O imposto pago pelos alemães do oeste para apoiar os da ex-RDA será suprimido, como é exigido pelos conservadores. O SPD fracassou em alcançar a criação de um "seguro de saúde cidadão" universal. O acordo prevê um aumento nas contribuições das empresas para as companhias de seguro públicas.