Os dois principais partidos, Juntos pela Catalunha (centro direita), liderado por Puigdemont, e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) concordaram na quarta-feira em tentar empossá-lo, mas não sabem como.
O Juntos pela Catalunha propôs uma posse por videoconferência, ou fazendo outro deputado ler o discurso do candidato na Bélgica, mas as duas opções são discutidas por muitos juristas.
Se Puigdemont optar por uma dessas opções, o governo central de Mariano Rajoy recorreria ao Tribunal Constitucional para anular a posse, como já fez com a convocação do referendo de autodeterminação de outubro, indicou à AFP uma fonte do governo.
O Partido Socialista catalão, contrário aos independentistas, pediu aos especialistas jurídicos do Parlamento regional que se pronunciem em um relatório.
Segundo o periódico catalão La Vanguardia, "a unanimidade" entre os letrados do Parlamento "na hora de defender a posse do presidente da Generalitat (do governo catalão) deve ser presencial".
"Me parece impossível que haja uma posse telemática", disse à AFP Xavier Arbós, catedrático de Direito Constitucional da Universidade de Barcelona.
O regulamento do Parlamento catalão estipula que o candidato a presidente deve "apresentar ao plenário seu programa de governo", mas o Juntos pela Catalunha argumenta que não proíbe explicitamente fazê-lo por videoconferência.
"Não se pode afirmar que, como não está proibido, se pode fazer", assegurou Arbós, explicando que isso é aplicável para os particulares, mas não para as instituições que "só podem fazer o que lhes é permitido fazer".
"O regulamento do Parlamento da Catalunha estabelece uma norma geral que é a presencialidade dos deputados (...) Se há a obrigação de ir (à sessão) para todos os deputados, o candidato à presidência tem que ser deputado e tem que estar presente", explicou.
O Parlamento regional será constituído em 17 de janeiro e o primeiro debate de posse deve ocorrer o mais tardar em 31 de janeiro.