Esta é a quarta minicúpula neste formato, iniciado em setembro de 2016 pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras. Outras duas reuniões foram realizadas em 2017, em Lisboa em janeiro e em Madri em abril.
Na ata da reunião está, principalmente, a situação migratória, mas também se falará do futuro da zona euro, de crescimento, emprego e investimentos e da preparação das eleições europeias de 2019.
Para a Itália, 2017 foi um ano de mudanças: o país passou de um fluxo maciço de migrantes no primeiro semestre a um início de imigração controlada, graças a acordos controversos na Líbia que limitaram as chegadas a 119.000, 35% menos que em 2016.
Na Espanha, os argelinos e marroquinos aumentaram o volume de chegadas às costas do país, que passaram de 6.000 em 2016 a 23.000 migrantes em 2017.
Na Grécia, o acordo entre a UE e a Turquia limitou o número de chegadas a 28.800 pessoas, seis vezes menos que em 2016.
Paralelamente, o número de migrantes mortos ou desaparecidos no mar Mediterrâneo passou de cerca de 5.000 em 2016 a 3.116 em 2017, a maioria em frente às costas da Líbia.
Mas este início de ano tem estatísticas especialmente macabras. Entre 90 e 100 migrantes desapareceram no Mediterrâneo após o naufrágio do seu bote inflável em frente às costas da Líbia, indicou nesta terça-feira a noite a marinha do país africano.
Melhor distribuição
A Grécia abriga mais de 50.000 migrantes e refugiados, 14.000 deles amontoados em campos das ilhas do mar Egeu.
Na Itália, as autoridades deixaram de informar o número de solicitantes de asilo abrigados em seus centro de acolhida. O último número era de 200.000 na primavera boreal. Isso gera tensões com a população local, e a imigração se tornou um dos assuntos favoritos dos partidos populistas e de extrema direita antes as eleições legislativas italianas de 4 de março.
Na Espanha há polêmica sobre os degradantes centros de retenção onde os migrantes são colocados antes de sua expulsão. E com a falta de espaço, cerca de 500 pessoas foram encerradas em uma prisão de Andaluzia (sul), onde um argelino foi encontrado morto, após se enforcar em sua cela no último 29 de dezembro.
Nesse contexto, os países do sul da UE defendem uma melhor distribuição da carga migratória dentro da União Europeia.
"A Itália não pode mais continuar pagando por todo mundo, nem financeiramente nem politicamente", afirmou nesta segunda-feira em Bruxelas o ministro italiano das Finanças, Pier Carlo Padoan.
O ministro do Interior, Marco Minniti, arquiteto dos acordos com as autoridades líbias para impedir que os migrantes saiam ao mar, advertiu que a UE também deveria participar do componente humanitário da política italiana.
Três dias antes do Natal, a Itália foi o primeiro país a acolher um grupo de 162 refugiados etíopes, somalis e iemenitas, que chegaram em avião diretamente da Líbia. Segundo Minniti, 10.000 refugiados chegarão desta mesma forma em 2018, com a condição de que sejam distribuídos dentro da UE.
O presidente francês, Emmanuel Macron, cujo país registra um aumento significativo de solicitações de asilo, prolongará sua estadia em Roma e abordará o assunto na quinta-feira com as autoridades italianas.