O Banco Mundial (BM) aumentou, nesta terça-feira (9/1), sua previsão de crescimento da economia global, apesar de alertar para alguns fatores problemáticos a longo prazo.
O PIB mundial deve crescer 3,1% neste ano, após a taxa de 3% de 2017, o que significa 0,2 ponto percentual a mais que o estimado em julho.
"O crescimento global é mais forte do que esperávamos", disse à AFP o economista-chefe do BM, Ayhan Kose.
Assim, 2018 tem "boas possibilidades" de ser o primeiro ano desde a crise financeira em que a economia mundial vai funcionar em plena velocidade, ou quase, indicou o especialista, principal autor do relatório semestral sobre a situação internacional.
O crescimento é estimulado pelo investimento, a indústria e o comércio, enquanto países exportadores de produtos básicos se beneficiam de preços mais estáveis, aponta o estudo do BM.
A retomada também beneficia todas as regiões do mundo, começando com os "três grandes": Estados Unidos, zona do euro e Japão, disse Kose.
"A recuperação do crescimento global é alentadora, mas não há espaço para a complacência", alertou o presidente do BM, Jim Yong Kim. Uma forte restrição das condições financeiras mundiais poderá ameaçar a expansão.
Para a América Latina e o Caribe, técnicos no BM projetaram para 2018 crescimento de 2%, podendo chegar a 2,6% no ano seguinte.
De acordo com o BM, esta previsão otimista se baseia no fortalecimento do consumo privado e dos investimentos, especialmente nos países da região que são exportadores de matérias-primas.
A Argentina deve crescer até 3% este ano, a Colômbia 2,9% e o Chile 2,4%, enquanto o México deve crescer 2,1% em 2018.
Especificamente no Caribe, "a reconstrução pós-furacão deve permitir o crescimento desta sub-região, que deveria se recuperar até atingir um aumento de 3,5% este ano".
Em relação às preocupações do banco para a América Latina, o relatório apontou que eles se concentram em "incerteza política" no Brasil - que deve continuar a crescer -, na Guatemala e no Peru.
Em seu relatório divulgado nesta terça-feira (9/1), o BM também mencionou que "a intensificação das restrições comerciais e o aumento das tensões geopolíticas podem prejudicar a confiança e reduzir a atividade econômica".