Mas Emmanuel Macron não deixou de lançar uma advertência. "Essas estradas são compartilhadas e não podem ser inequívocas", disse. "Não podem ser as estradas de uma nova hegemonia que viria para transformar em vassalos os países que atravessa".
Batalha climática
Defendendo o multilateralismo, pregou uma aliança entre a Europa e a China. "Nossos destinos estão ligados", estimou. "O futuro precisa da França, da Europa e da China. Somos a memória do mundo e cabe a nós decidirmos ser o futuro", afirmou o presidente francês.
Em face da decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do acordo de Paris sobre o aquecimento global, Macron anunciou que vai propor a Xi Jinping "relançar a batalha climática". Sem a decisão da China de persistir, "o acordo de Paris não teria sobrevivido" à decisão dos Estados Unidos, considerou, observando que a China continua sendo o maior emissor de gases do efeito estufa.
Antes de seu discurso, Macron visitou em Xian o famoso exército de terracota subterrâneo do primeiro imperador, antes de ir a dois lugares da Rota da Seda: o Grande pagode do ganso selvagem e a Grande mesquita, testemunhas da importação do budismo e do islamismo na China.
O presidente francês, que ofereceu a seu anfitrião um cavalo da Guarda Republicana, como em resposta à "diplomacia do panda" querida por Pequim, deve permanecer até quarta-feira na capital chinesa.
Terça-feira, será recebido de forma muito mais formal. No programa, uma visita à Cidade Proibida, uma reunião com o presidente do Congresso Nacional do Povo e com o primeiro-ministro, uma cerimônia de boas-vindas, a assinatura de acordos e contratos, uma declaração conjunta e um jantar de Estado.
Paris e Pequim mantêm pontos de fricção. A França, que sofre de um déficit comercial de 30 bilhões de euros com a China, quer "reequilibrar" o relacionamento e defende a reciprocidade na abertura de mercados entre a União Europeia (UE) e a China. Também defende um maior controle da UE dis investimentos, especialmente chineses, em setores estratégicos.
Macron é acompanhado por uma delegação de mais de 50 empresários. A questão dos direitos humanos será abordada em particular, segundo o Palácio do Eliseu. Em uma declaração, a organização Human Rights Watch pediu a Macron que reclame publicamente por melhorias nesta questão e evoce o caso de Liu Xia, a viúva do Prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo que morreu no ano passado. A Sra. Liu permanece sob prisão domiciliar sem ter sido processada formalmente.