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Secretário da OEA pede mais sanções para 'democratizar' Venezuela

Luis Almagro considerou "praticamente incontrolável" o atual sistema eleitoral venezuelano


O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu nesta quinta-feira (4/1) à comunidade internacional que amplie as sanções contra o governo de Nicolás Maduro visando promover a "democratização" da Venezuela.

Segundo Almagro, ainda há espaço para a diplomacia, que neste momento implicaria em "negociações sérias" para a "democratização" do país e no reforço das sanções contra "personagens do regime" e "o aparato econômico e financeiro".

"O caminho diplomático que há pela frente é o caminho das sanções, e acredito que deva haver sanções cada vez mais duras que levem o regime venezuelano a estruturar um processo eleitoral claro (...) e que nos permita realizar uma observação internacional séria".

Almagro considerou "praticamente incontrolável" o atual sistema eleitoral venezuelano. "Isto pôde se ver no processo da Assembleia Nacional Constituinte, nas eleições regionais e na votação para se eleger os prefeitos", declarou Almagro.

Maduro tentará a reeleição em eleições presidenciais previstas para o final do ano, mas líderes opositores e analistas acreditam que o governo adiantará a votação para o primeiro trimestre de 2018 para aproveitar a divisão entre os diversos setores da oposição.

"Hoje, mais que eleições a Venezuela precisa de um novo processo eleitoral", afirmou Almagro, defendendo a criação de um sistema que observe os padrões internacionais e garanta os direitos dos cidadãos.

Almagro, um duro crítico que qualifica Maduro de "ditador", aguarda o relatório de um painel de especialistas que convocou para determinar se há fundamentos para levar o governo da Venezuela à Corte Penal Internacional (CPI) por crimes contra a humanidade.