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Odebrecht diz que apoiou políticos peruanos em campanha eleitoral

Segundo a gravação, o empresário indica que pediu a Jorge Barata, ex-representante da construtora no Peru, para apoiar mais a líder da Força Popular, Keiko Fujimori, que era uma das favoritas nas eleições de 2011

O empresário Marcelo Odebrecht disse que sua empresa apoiou políticos peruanos em suas campanhas eleitorais, revelou neste sábado o portal de investigações IDL-Reporteros, que publica o áudio e a transcrição das declarações.

"Com certeza apoiamos todos. (Alejandro) Toledo, Alan García, (Ollanta) Humala, Keiko (Fujimori)", afirmou Odebrecht no encontro realizado em 9 de novembro em Curitiba com procuradores peruanos, indicou o IDL-Reporteros.
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Segundo a gravação, o empresário indica que pediu a Jorge Barata, ex-representante da construtora no Peru, para apoiar mais a líder da Força Popular, Keiko Fujimori, que era uma das favoritas nas eleições de 2011.

"Nesse contexto disse (a Barata) para apoiar mais a Keiko", disse.

Sobre o presidente, Pedro Pablo Kuczynski, disse: "Assisti a umas duas conferências do PPK que ele fez para dirigentes da Odebrecht (...). Eu escutei suas falas e escutei que havia dado essa consultoria econômica".

Com esta declaração, o empresário ratifica o dito anteriormente de que quando Kuczynski deixou o cargo no governo de Alejandro Toledo (2001-2006), o contrataram para uma consultoria "para curar feridas".

Segundo o depoimento de Marcelo Odebrecht, quando Kuczynski era ministro de Toledo, foi "uma pedra no sapato" para o projeto da estrada interoceânica.

Ao se referir ao ex-presidente Alan García, disse: "Barata também o apoiava".

García respondeu, através de sua conta de Twitter: "Odebrecht não menciona nenhum fato concreto, suborno ou contribuição a Alan Garcia. Eles se vendem, eu não".

"O restante é fumaça (;Não posso precisar;, ;Não posso dizer como;, ;Não sei;)", acrescentou em outro tuíte.

Em 2016, a construtora admitiu que pagou subornos de 29 milhões de dólares no Peru entre 2005 e 2014, durante os mandatos de Toledo, García e Humala.

Em fevereiro deste ano, foi ordenada a prisão preventiva de 18 meses de Toledo, acusado de ter recebido 20 milhões de dólares em subornos pela construção de uma estrada interoceânica. O juiz pediu sua extradição dos Estados Unidos, onde reside.

Em julho, foi ordenada a prisão preventiva de Humala (presidente entre 2011 e 2016) e sua esposa Nadine Heredia. Há algumas semanas se dispôs a mesma sanção contra quatro executivos e ex-executivos de grandes construtoras peruanas que foram sócias da Odebrecht.