O presidente americano, Donald Trump, passa suas férias de fim de ano em seu clube Mar-a-Lago, na Flórida, um lugar tranquilo, mas que não é sinônimo de silêncio para o dirigente, que se manifesta diariamente nas redes sociais.
O magnata chegou há uma semana, acompanhado de sua mulher, a primeira-dama Melania. Desde então, tem tido praticamente a mesma rotina.
Pouco antes das nove da manhã, a comitiva presidencial sai de Mar-a-Lago e pega a ponte que conecta a ilha de Palm Beach e o continente com destino ao Trump International Golf Club, em West Palm Beach, a aproximadamente 10 minutos de carro.
Os apoiadores do presidente lhe esperam todos os dias na ponte com cartazes de "Trump 2020", "O melhor presidente" e "Hillary na prisão". É mais difícil ver os críticos se manifestarem, mas uma mulher vestida com uma camiseta com a palavra "Resistir" também esperou por ele uma manhã em frente ao campo de golfe.
Nas cenas gravadas pela rede de televisão CNN na terça-feira passada (26/12), pode-se ver o presidente com seu habitual traje de jogar golfe: camisa polo branca, calça preta e um boné vermelho, que se transformou em emblema de sua campanha. Ele dirige o próprio carrinho de golfe.
Alguns amigos, seu filho Eric, um senador republicano e, o mais importante, muitos golfistas profissionais, incluindo Jim Herman, fazem companhia ao presidente.
Mais tarde, Trump toma café em um restaurante do clube de golfe, o Grill Room.
Foi ali que, na quinta-feira (28/12), ele deu uma entrevista improvisada ao repórter do jornal "The New York Times", Michael Schmidt, sentado em uma grande mesa redonda, enquanto seus amigos e outros conhecidos cumprimentavam-no. Uma entrevista de meia hora, particularmente sobre o caso da suposta ingerência da Rússia nas últimas eleições presidenciais.
Cerca de duas da tarde, o presidente volta para Mar-a-Lago. Apenas no dia de Natal não programou jogar golfe, preferindo assistir a uma missa e visitar uma estação de bombeiros local.
- Contra a Amazon -
Os muitos tuítes geralmente começam pela manhã, antes do golfe e, depois, são retomados à tarde e à noite: Donald Trump se negou a conceder qualquer trégua no Natal.
Críticas à Polícia Federal americana (FBI), promoção de seu balanço econômico, "massacre" extremista do grupo Estado Islâmico (EI), Coreia do Norte, ataque contra a revista "Vanity Fair": Donald Trump tuíta e retuíta mais de 40 vezes em uma semana.
Na manhã da última sexta-feira, achou uma nova vítima: o serviço de correios americano e a Amazon.
"Por que o Correio dos Estados Unidos, que perde bilhões de dólares por ano, cobra tão pouco da Amazon e de outros para entregar seus pacotes, enriquece a Amazon e faz que o correio seja muito mais estúpido e mais pobre? Deveria cobrar muito mais", tuitou.
Esta é a oitava vez neste ano que o presidente ataca a Amazon, propriedade de Jeff Bezos, que comprou o Washington Post em 2013. Trump frequentemente chama o jornal de "Amazon Washington Post".
A atividade política nos Estados Unidos recomeça na semana que vem, depois do Ano Novo. Donald Trump voltará para Washington com um programa urgente sobre orçamentos, imigração, saúde e infraestrutura.
Todos os presidentes tiram férias: Barack Obama passava as suas no Havaí, e George W. Bush, no Texas. Curiosamente, antes de ser eleito, Trump criticou em especial seu antecessor pelo tempo que passou nos campos de golfe.