No domingo, o advogado opositor de 41 anos apresentou formalmente sua postulação ao final de um dia de mobilizações a seu favor. A impugnação era previsível, uma vez que esta comissão já havia advertido em várias ocasiões que Navalny não poderia concorrer a um cargo eletivo antes de 2028 devido a uma condenação judicial por desvio de fundos públicos em um caso que data de 2009.
[SAIBAMAIS]A presidente da comissão, Ella Pamfilova, afirmou não ter "nenhuma observação" em relação aos documentos fornecidos pelo carismático advogado, repetindo que se tratava de cumprir a lei. "É evidente que esses casos foram criados para impedir a minha candidatura", denunciou Navalny nos debates públicos antes da decisão, com base em uma resolução do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (CEDH).
No domingo, o carismático advogado e blogueiro anticorrupção reuniu milhares de pessoas para defender sua candidatura, de Vladivostok (extremo leste) a Rostov-on-Don (sudoeste), passando por Moscou e São Petersburgo (noroeste).
Navalny, 41 anos, foi condenado pela justiça em várias ocasiões e este ano passou por curtos períodos de detenção por manifestações não autorizadas. O líder opositor mantém sua campanha há meses, o que lhe permitiu estabelecer uma base leal de partidários, às vezes muito jovens, graças a vídeos virais que denunciam a corrupção das elites.
Em março e junho também organizou protestos de uma escala sem precedentes desde as manifestações em 2011 e 2012, que resultaram em centenas de prisões. Sua popularidade, no entanto, ainda está longe da de Vladimir Putin, aprovado por cerca de 80% dos russos, de acordo com as últimas pesquisas.
Putin, que chegou em 2000 à presidência de um país instável político e economicamente, é elogiado por muitos cidadãos russos por ter trazido prosperidade, principalmente graças ao petróleo, e por colocar a Rússia de volta no cenário internacional. O presidente, que também se apresenta como um candidato autodesignado para as eleições de março de 2018, tem a vitória quase garantida.