O governo venezuelano libertou entre o sábado (23) e este domingo (24) 36 opositores dos mais de 80 que serão soltos por ocasião do Natal por recomendação da Assembleia Nacional Constituinte. "Já somam 36 o número de prisioneiros políticos libertados entre ontem e hoje", afirmou Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal, em sua conta no Twitter.
No sábado, a presidente da Constituinte, Delcy Rodríguez, anunciou em entrevista coletiva que deram a "recomendação do benefício para mais de 80 pessoas. São recomendações que já são de conhecimento dos diferentes órgãos do sistema de Justiça Penal, assim como do presidente (...), e esperamos que se torne efetiva nas próximas horas".
Os mais de 80 opositores que se beneficiaram das medidas alternativas de privação de liberdade participaram de protestos contra o presidente Nicolás Maduro que deixaram 43 mortos em 2014 e este ano outros 125 mortos.
Segundo Rodríguez, que também lidera a chamada Comissão da Verdade, os beneficiados são processados, ou condenados, "tanto na jurisdição civil quanto militar" e entre as "fórmulas alternativas à privação de liberdade" propostas está o trabalho comunitário.
A presidente da Assembleia garantiu ainda que quem for agraciado deverá se apresentar à Comissão nos próximos dias "como um sentido pedagógico, da cultura de paz e de tolerância".
Entre os mais emblemáticos está o prefeito de Irribarren (Barquisimeto, estado de Lara), Alfredo Ramos, detido no final de julho e condenado a 15 meses de prisão.
"Estou feliz com a liberdade, estou com a minha família que (...) foi de grande apoio. Foi uma prisão arbitrária, injusta, não cometi nenhum crime", declarou Ramos a jornalistas.
A situação dos políticos detidos faz parte das negociações entre o governo e a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) na República Dominicana para resolver a grave crise política e econômica do país. A terceira rodada acontece em 11 e 12 de janeiro.
De acordo com a ONG Foro Penal, a Venezuela tem hoje 268 presos políticos, o que o governo nega. Segundo Caracas, trata-se de detidos por ações de violência, conspiração, ou traição.