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Pyongyang vê 'ato de guerra' em novas sanções das Nações Unidas

O regime norte-coreano acelerou consideravelmente seus programas militares, aumentando testes nucleares e balísticos



Esta é a nona série de sanções particularmente drásticas da ONU contra Pyongyang. As últimas três foram adotadas este ano sob a instigação dos Estados Unidos após testes de mísseis e um teste nuclear.

Washington apresentou na quinta-feira (21) um projeto de resolução após conversas com a China, aliada de Pyongyang, após o teste de um míssil balístico intercontinental (ICBM) Hwasong-15 em 29 de novembro.

;Sanções inofensivas;


Descrevendo a Coreia do Norte como "o exemplo mais trágico do mal no mundo moderno", a embaixadora americana Nikki Haley afirmou que as novas sanções "refletem a indignação internacional com as ações do regime de Kim Jong-Un".

A Coreia do Norte justifica o desenvolvimento de seus programas militares proibidos pelas Nações Unidas pela ameaça que representa os Estados Unidos à sua própria existência.

A resolução de sexta-feira visa principalmente os expatriados norte-coreanos, que deverão ser enviados para casa até o final de 2019. O projeto previa, inicialmente, um prazo de 12 meses, mas a Rússia interveio para prorrogar o prazo.

Dezenas de milhares de norte-coreanos vivem no exterior, principalmente na Rússia e na China, para trabalhar e gerar uma valiosa moeda estrangeira para seu país de origem. Segundo a ONU, eles trabalham em "condições próximas da escravidão".

Mais importante ainda, o texto endurece as disposições das resoluções anteriores, em particular através da redução do fornecimento à Coreia do Norte de petróleo bruto e refinado, a maioria proveniente da China.

E se Pyongyang realizar novos testes nucleares ou disparar novos mísseis, o Conselho "agirá para reduzir ainda mais as exportações de petróleo para a Coreia do Norte", adverte a resolução.

No entanto, está claro que as sanções e ameaças não dissuadiram Pyongyang em seu projeto atômico.

A Coreia do Norte voltou a afirmar neste domingo que continuará seus programas com "ainda mais vigor para atingir um equilíbrio de poder com os Estados Unidos".

"Se vocês acreditam que essas sanções inofensivas podem impedir a marcha vitoriosa do nosso povo que alcançou o objetivo histórico de desenvolver armas nucleares, não poderiam cometer um erro maior", insistiu o ministério das Relações Exteriores.

"Os Estados Unidos e os marionetes que os seguem não devem esquecer o status ainda melhorado de nossa Nação, que é uma Nação que pode representar uma ameaça nuclear real para os Estados Unidos", ressalta.

Os especialistas concordam que os programas militares de Pyongyang fizeram progressos reais. Mas duvidam que o país domine a tecnologia necessária para levar um míssil de volta à atmosfera.