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EUA decidem reforçar capacidade militar da Ucrânia e Rússia reclama

A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de fornecer armas aos rebeldes separatistas pró-russos no leste da Ucrânia



Outro vice-ministro das Relações Exteriores, Grigory Karasin, afirmou, por sua vez, que a medida dos Estados Unidos prejudicaria os esforços para alcançar um acordo político para o conflito na Ucrânia. "Essencialmente, esta decisão prejudica o trabalho para implementar os acordos de Minsk de 2015", afirmou Karasin à agência de notícias estatal TASS, referindo-se a um acordo de paz mediado pelo Ocidente.

Segundo Karasin, Washington escolheu apoiar "o lado da guerra" em Kiev. "Isso é inaceitável", reagiu. Ele também reiterou a posição da Rússia de que as autoridades ucranianas deveriam negociar com os rebeldes apoiados pelo Kremlin através de um "diálogo honesto e direto". "Não há outra maneira de resolver o conflito interno ucraniano", considerou.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira que Washington havia "decidido fornecer à Ucrânia maiores capacidades de defesa como parte dos esforços para ajudar Kiev a desenvolver suas capacidades de defesa a longo prazo, defender sua soberania, sua integridade territorial e evitar toda agressão futura".

"A ajuda americana é inteiramente defensiva. Voltamos a ressaltar que a Ucrânia é um país soberano e tem o direito de se defender", indicou em um comunicado a porta-voz da diplomacia americana, Heather Nauert. Pouco antes do anúncio, a rede de notícias ABC publicou um relatório indicando que os Estados Unidos planejavam fornecer à Ucrânia mísseis antitanque, citando quatro funcionários do Departamento de Estado. "O pacote de defesa de 47 milhões de dólares inclui a venda de 210 mísseis antitanque e 35 lançadores de mísseis", acrescenta o relatório.

A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de fornecer armas aos rebeldes separatistas pró-russos no leste da Ucrânia. Mais de 10 mil pessoas morreram e cerca de 24 mil ficaram feridas desde que o início da insurgência pró-russa em abril de 2014.

Neste contexto, o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel lançaram um apelo neste sábado às partes em conflito na Ucrânia, diante das "recentes e inaceitáveis violações do cessar-fogo no leste do país", segundo comunicado do Eliseu.

Expressando "o apoio ao pleno respeito à soberania e integridade territorial da Ucrânia", os dois chefes de Estado "ressaltam que não há outra solução que uma resolução pacífica do conflito". "As partes devem assumir suas responsabilidades e aplicar a decisões já acordadas, a fim de diminuir o sofrimento das populações atingidas pela situação atual", indica o comunicado.