Pyongyang já foi alvo de oito pacotes de sanções da ONU, particularmente drásticos. Os dois últimos foram adotados em meados deste ano, sob o impulso de Washington, após tiros de mísseis e um teste nuclear, o sexto realizado pela Coreia do Norte.
Os EUA apresentaram na quinta-feira (21/12) o projeto de resolução, após negociações com a China, em razão de um novo teste de míssil balístico intercontinental (ICBM), no dia 28 de novembro.
O texto proíbe a exportação para a Coreia do Norte de cerca de 90% dos produtos derivados do petróleo e ordena a repatriação de todos os norte-coreanos que trabalham no exterior nos próximos 12 meses.
Dezenas de milhares de norte-coreanos estão dispersos no exterior, principalmente na Rússia e na China, de onde enviam um importante valor para sua terra natal, algo fundamental para a combalida economia da Coreia do Norte. Segundo a ONU, tal contingente trabalha em "condições próximas à escravidão".
No campo do fornecimento de combustível, o texto reforça disposições de resoluções precedentes, em particular sobre reduzir a entrega de petróleo e derivados, que procedem majoritariamente da China.
A resolução aprovada pelo Conselho pretende limitar as entregas de petróleo a 4 milhões de barris por ano, e as de derivados - incluindo diesel e querosene - a 500 mil barris, contra os atuais 2 milhões.
Todos os países poderão interceptar, inspecionar, bloquear e confiscar navios suspeitos de transportar cargas ilegais a partir e para a Coreia do Norte.
A resolução também amplia a lista de produtos norte-coreanos com exportação proibida e de funcionários sujeitos a sanções.
Foram agregados a lista produtos alimentícios, equipamentos industriais e elétricos, barcos e algumas matérias primas como terra, rochas, magnésio e madeira.
A relação de funcionários sancionados recebeu mais 19 nomes, a maioria do setor bancário, que tiveram seus ativos no exterior congelados e não obterão mais visto de entrada nos demais países.
O Conselho de Segurança já havia proibido as exportações norte-coreanas de carvão, ferro, chumbo, tecidos e produtos de mar.
O presidente americano, Donald Trump, comemorou a decisão destacando que "o Conselho de Segurança das Nações Unidas votou 15 a 0 a favor das novas sanções contra a Coreia do Norte". "O mundo quer paz e não morte".
Os Estados Unidos têm liderado a campanha contra o regime de Kim Jong-Un durante meses, buscando sanções cada vez mais restritivas para pressionar Kim Jong-Un a negociar.
Antes da votação, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que obter a unanimidade seria importante para enviar uma mensagem clara a Pyongyang. "A unidade do Conselho é necessária para se criar a oportunidade de um compromisso diplomático visando a desnuclearização pacífica".