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Trump volta ao 'America First' ao revelar estratégia de segurança

O tom conciliador de Trump foi bem diferente da combativa linguagem do documento de 68 páginas preparado pelo governo para apresentar a estratégia de segurança nacional


As relações entre Washington e Moscou são motivo de polêmica nos Estados Unidos, onde o procurador-especial Robert Mueller está investigando uma suposta colusão entre membros da campanha e familiares de Trump com o Kremlin nas eleições presidenciais de 2016.

O tom conciliador de Trump foi bem diferente da combativa linguagem do documento de 68 páginas preparado pelo governo para apresentar a estratégia de segurança nacional. "A Rússia visa debilitar a influência dos Estados Unidos no mundo e nos separar dos nossos aliados e sócios", assinala o texto divulgado mais cedo pela Casa Branca.

Em seu discurso, Trump citou as quatro prioridades "vitais" identificadas no documento: proteger o povo, o território e o modo de vida americano; promover a prosperidade; preservar a paz mediante a força e impulsionar a influência dos Estados Unidos.

Trump destacou que "pela primeira vez" a estratégia americana inclui um plano sério de defesa da pátria e, sem citar o México, destacou a necessidade de se construir um muro na fronteira sul do país, uma de suas promessas de campanha.

O presidente também defendeu o fim da imigração em "cadeia", que permite a entrada de toda a família do imigrante, por meio dos "horríveis programas" de loterias de vistos.

O documento afirma a convicção do governo de que a competitividade econômica é "um tema de segurança nacional", e destaca a determinação de se lutar por intercâmbios comerciais equilibrados - em particular com a China. "Entramos em uma nova era de competição", destacou Trump.

Um porta-voz da embaixada chinesa reagiu às palavras ao considerar que "é completamente egoísta para um país afirmar que seus próprios interesses são superiores aos interesses de outros países e aos interesses compartilhados da comunidade internacional". "Esta mentalidade levará apenas ao isolamento", completou.

Antes do discurso, Pequim afirmou esperar que a nova estratégia americana "contribua para melhorar a confiança mútua entre China e Estados Unidos". Muitos elementos provam que as relações econômicas entre ambos os países são "mutuamente benéficas", havia destacado o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.

Injusto acordo de Paris
Sobre a mudança climática, Trump se limitou a denunciar novamente o "injusto" Acordo de Paris. O tema da mudança climática não figura em qualquer parte do documento sobre a estratégia americana como uma ameaça a segurança nacional".

"Os Estados Unidos seguirão sendo um líder mundial na redução da contaminação tradicional, assim como na redução (da emissão) dos gases do efeito estufa, ao mesmo tempo que assegura o crescimento de sua economia". Depois de chegar à presidência com uma mensagem claramente cética em relação ao aquecimento global, Trump anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris sobre mudança climática firmado por quase 200 países.