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TPI julgará 'crimes de agressão'

O "crime de agressão" de um país contra outro estava previsto no estatuto do TPI, mas ainda não havia sido ativado por ter um caráter extremamente político

Os 123 países do Tribunal Penal Internacional (TPI) chegaram a um acordo na ONU para "ativar" o "crime de agressão" em sua jurisdição junto com os três outros crimes de julga atualmente, informaram fontes diplomáticas à AFP nesta sexta-feira (15/12).

"Ativamos por consenso o crime de agressão", indicaram dois diplomatas. Criado em 1998 por um tratado assinado em Roma e em vigor desde 2002, o TPI até agora só julgava crimes contra a humanidade, genocídios e crimes de guerra.

O "crime de agressão" de um país contra outro estava previsto no estatuto do TPI, mas ainda não havia sido ativado por ter um caráter extremamente político.

O acordo acontece após a adoção de emendas em 2010 para definir os "crimes de agressão" e as condições para apresentar um caso ao TPI.

Este quarto tipo de acusação reconhece o ataque à soberania de um país por parte de outro e designa os supostos culpados entre seus dirigentes.

"O tema é sensível", apontou no começo da assembleia geral um especialista na questão, sob pedido de anonimato. Ele explicou que o assunto repercute em países como Síria, onde vários atores internacionais estão em guerra desde 2011.

Vários dos países que não ratificaram as emendas de 2010 - França, Japão, Colômbia, Canadá, Noruega, Reino Unido - indicaram que aceitavam uma ativação com a condição de que seus cidadãos não pudessem ser perseguidos. Os Estados que ratificaram as emendas se mostraram reticentes a esta condição.

Estava previsto que os 123 Estados-partes também adotassem na assembleia o orçamento anual do TPI, 149 milhões de euros, e escolheram seis juízes entre 12 candidatos.