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Mundo muçulmano protesta contra decisão de Trump sobre Jerusalém

No entanto, nos Territórios palestinos, confrontos eclodiram entre manifestantes e soldados israelenses, resultando na morte de um jovem palestino

Dezenas de milhares de pessoas protestaram nesta sexta-feira em vários países árabes e muçulmanos contra a decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e expressar sua solidariedade com os palestinos.

Nenhum incidente violento foi relatado durante as manifestações que ocorreram após a oração muçulmana semanal, mas a mobilização parecia menos importante do que o esperado para um anúncio que provocou raiva e desaprovação ao redor do mundo.

No entanto, nos Territórios palestinos, confrontos eclodiram entre manifestantes e soldados israelenses, resultando na morte de um jovem palestino.

Na Jordânia, o único país árabe com o Egito a ter assinado a paz com Israel em 1994, cerca de 20 mil pessoas protestaram em Amã e em outras cidades, gritando que "Jerusalém é a capital da Palestina", segundo correspondentes da AFP no local.

Os manifestantes agitaram cartazes com as bandeiras israelense e americana acompanhadas das palavras "Para o inferno" Eles cobraram das autoridades o fechamento da embaixada dos Estados Unidos e queimaram bandeiras de Israel e dos Estados Unidos.

No Cairo, centenas de muçulmanos cercados por policiais protestaram na mesquita de Al-Azhar. "Vamos sacrificar nossa alma e nosso sangue por você, Al-Aqsa", na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, entoaram os manifestantes, alguns queimando bandeiras americanas e israelenses.

"Jerusalém é islâmica e árabe", declarou Abbas Shuman, adjunto do grande imã de Al-Azhar, durante sua pregação. Apesar de ter condenado o anúncio de Trump, ele ressaltou que "o momento não é para protestos, mas para decisões".

Pouco depois, o grande imã de Al-Azhar anunciou o cancelamento de uma reunião agendada com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, ainda este mês.

Na Tunísia, milhares de pessoas saíram em passeata na capital de Túnis para apoiar os palestinos e afirmar que Jerusalém é "nossa capital".

No Líbano, milhares de membros de partidos islâmicos e de esquerdista, bem como palestinos, organizaram uma marcha em Beirute. Alguns levaram fotos de Trump e a bandeira americana com um grande X vermelho.

Também foram organizadas manifestações em três dos 12 campos de refugiados palestinos no Líbano: Baddaui, Borj-Barajné (Beirute) e A;n Helue (sul).

;Jerusalém é nossa;

Na Síria vizinha, apesar da guerra, sírios e palestinos manifestaram contra a decisão de Trump.

Em outro país devastador da guerra, o Iêmen, milhares de partidários dos rebeldes huthis protestaram na capital Sanaa, gritando "árabes, muçulmanos, a nossa causa é a Palestina"

Em Bagdá, centenas de iraquianos acenaram cartazes dizendo: "Jerusalém é nossa e pertence aos árabes". Também queimaram as bandeiras israelense e americana.

Do outro lado da fronteira, no Irã, milhares de pessoas manifestaram em Teerã e em outras cidades contra Israel e os Estados Unidos. Eles gritaram slogans de "Morte à América" %u200B%u200Be "Morte a Israel".

"Al-Quds (Jerusalém) é nossa", "Vamos enfrentar de pé até a aniquilação de Israel", podia ser lido nos cartazes exibidos pelos manifestantes.

Fora do Oriente Médio, milhares de pessoas protestaram na Turquia com cartazes proclamando "Jerusalém é nossa honra", "Abaixo à América, abaixo Israel".

Outras centenas de pessoas protestaram no Afeganistão. Alguns deles tentaram caminhar até a embaixada americana, mas foram rapidamente dispersados pela polícia.

No vizinho Paquistão, manifestantes também foram às ruas para denunciar a decisão dos Estados Unidos.

Na Malásia e na Indonésia, os manifestantes denunciaram uma "bofetada" para o mundo muçulmano. Cerca de 5.000 manifestantes marcharam em Kuala Lumpur gritando "Não toque em Jerusalém" ou "Derrubem Trump".

Na Indonésia, arquipélago próximo da Malásia e o país muçulmano mais populoso do mundo, várias centenas de pessoas se manifestaram em frente à embaixada americana em Jacarta.