[VIDEO1]
Buenos Aires, Argentina - A Marinha argentina encerrou, nesta quinta-feira (30/11), as buscas pelos 44 tripulantes do submarino "ARA San Juan", que desapareceu há duas semanas no Atlântico Sul, mas permanece a procura do casco do submergível.
Buenos Aires, Argentina - A Marinha argentina encerrou, nesta quinta-feira (30/11), as buscas pelos 44 tripulantes do submarino "ARA San Juan", que desapareceu há duas semanas no Atlântico Sul, mas permanece a procura do casco do submergível.
"Mudança de fase (de resgate) para busca", declarou o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi. Apesar de não ser possível afirmar que morreram, "não há evidência alguma do naufrágio nas áreas exploradas" e já transcorreu o "dobro do tempo" estimado para se encontrar alguém com vida.
Em entrevista coletiva, Balbi lamentou que "apesar da magnitude dos esforços realizados, não foi possível localizar o submarino". Ao ser perguntado se os 44 tripulantes estão mortos, Balbi respondeu: "não posso ser categórico sobre qualquer afirmação".
[SAIBAMAIS]O porta-voz acrescentou que a operação internacional de busca do submarino prosseguirá. O presidente Mauricio Macri gravará uma mensagem ao país na manhã desta sexta-feira, informou a agência oficial de notícias Telam.
"A esperança de se encontrar alguém vivo é zero", disse à AFP um alto oficial da Marinha que pediu para não ser identificado. "Se perdeu a metade da capacidade submarina da Argentina", que tem apenas outros dois submarinos, um ativo e outro em reparo.
No total, 28 navios, nove aeronaves e 4 mil homens participaram das operações de busca nos últimos 15 dias, que contaram com o apoio de 18 países, segundo o comunicado da Marinha. Ao longo de duas semanas, "foram vasculhadas 557.000 milhas náuticas quadradas de exploração visual e 1.049.479 milhas náuticas quadradas de exploração por radar, sem contato com o submarino".
A Marinha dos Estados Unidos anunciou o envio de um novo veículo de rastreamento por controle remoto - o CURV-21 - para auxiliar nas operações de busca. O submergível é capaz de descer até 20 mil pés (6.096 metros) e está equipado com um sonar e uma câmera de alta resolução. Após o anúncio do encerramento das buscas da tripulação, familiares dos marinheiros reagiram de forma diversa.
"Acabam de atirar pela janela a última esperança que tínhamos", disse ao canal C5N Luis Tagliapietra, pai de Damián ;Lucho; Tagliapietra, 27 anos, um dos membros da tripulação do "ARA San Juan". Já Jorge Villareal, pai do oficial Fernando Villareal, 38, não desiste: "sigo com esperança e fé, nosso otimismo permanece, independentemente do que eles dizem".
O último contato do submarino com a base em Mar del Plata ocorreu na manhã do dia 15 de novembro, quando navegava pelo Atlântico Sul, na altura do Golfo San Jorge, a 450 km da costa. Em sua última mensagem, o "ARA San Juan" informou que havia superado uma avaria nas baterias - reportada horas antes - provocada pela entrada de água pelo snorkel.
Três horas após a comunicação, um ruído similar a uma explosão ocorreu na mesma zona onde estava o submarino. O "ARA San Juan" havia zarpado no dia 11 de novembro, de Ushuaia (3.200 km ao sul de Buenos Aires) para regressar a Mar del Plata (400 km ao sul da capital).