Francisco, à frente de 1,3 bilhão de católicos no mundo, busca estimular as pequenas Igrejas das "periferias do planeta". Durante a missa, ordenou 16 novos padres em Bangladesh, um país que tem menos de 400 sacerdotes. Após a missa, o pontífice se reuniria com líderes de outras religiões. Farid Uddin Masud, um importante clérigo muçulmano, espera que o papa aborde o tema dos rohingyas.
[SAIBAMAIS]Francisco também se reunirá com 16 refugiados rohingyas, que viajaram de seu campo de deslocados até a capital. A delegação inclui duas crianças.
Em seu primeiro dia em Dacca, a capital de Bangladesh, Francisco pediu "medidas eficazes" para ajudar os rohingyas. Mais de 620 mil pessoas desta minoria muçulmana apátrida entraram em Bangladesh desde o fim de agosto. Eles tentam escapar da violência do exército de Mianmar, que a ONU chamou de "limpeza étnica".
Os refugiados vivem na miséria, em acampamentos do tamanho de cidades, onde sua sobrevivência depende da distribuição de alimentos.
Francisco chegou na quinta-feira a Bangladesh, procedente de Mianmar, onde evitou usar o termo rohingyas e pediu o respeito a "todos os grupos étnico" e para "superar todas as formas de incompreensão, de intolerância, de preconceito e de ódio".
Em Bangladesh, o pontífice também evitou a palavra rohingya e falou dos "refugiados que chegam em massa do estado de Rakhine", a região birmanesa em que vive a minoria.
Em seu discurso também elogiou o país pela recepção dos refugiados, destacando seu sacrifício e "espírito de generosidade e solidariedade" de seu povo.
A crise humanitária, uma das mais graves no século XXI, é o pano de fundo da visita do papa.
Bangladesh, que tem uma população de 160 milhões de pessoas, é um dos países mais pobres do mundo e um dos mais expostos às mudanças climática.
Para a minúscula comunidade de 380.000 católicos bengaleses, a visita papal, a primeira desde a realizada por João Paulo II em 1986, é motivo de orgulho.
Desde 2015, pelo menos três cristãos morreram em ataques atribuídos a extremistas muçulmanos.